Um médico, que não teve a identidade revelada, responderá judicialmente por cobrar dinheiro de familiares de pacientes falecidos do hospital Araújo Jorge. Ele exigia o pagamento de R$200 a R$400 para preencher formulários de seguro de vida, apesar de a prática ser vedada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O caso chegou até a Polícia Civil no ano passado quando o filho de uma mulher em tratamento contra o câncer morreu e surgir a cobrança. Segundo o delegado Cleybio Januário, o homem decidiu fazer a denúncia por ter ficado indignado com a situação. Ele teria, inclusive, questionado uma funcionária da unidade.
“Ele afirmou que a secretária teria dito se tratar de algo normal. O valor de R$200 que pediram a ele ainda seria barato e outros cobravam até mais. Ele chegou a pagar, mas procurou o Conselho Regional de Medicina em Goiás e também a ouvidoria do Araújo. O denunciante afirmou que até hoje não teve uma manifestação sobre a reclamação por parte da unidade de saúde”, detalha o delegado.
Em depoimento, o médico disse que não sabia que o preenchimento de formulários de apólices de seguro de vida era um crime. Foi ele mesmo quem informou à Polícia os valores cobrados e alegou que, se não atendesse ao pedido dos familiares, eles não poderiam resgatariam o valor. Legalmente, o procedimento correto seria apenas a cessão do prontuário médico.
O profissional foi indiciado por corrupção passiva por ter vínculo de trabalho com hospital, que é credenciado ao SUS. O crime ocorre quando um funcionário público solicita ou recebe vantagem ou promessa de vantagem em troca de algum tipo de favor ou beneficio ao particular.