O número de exames laboratoriais para detecção de dengue aumentou 918% entre janeiro do ano passado e o deste ano. A estatística assustadora foi registrada por apenas uma rede de laboratórios goiana, a Padrão, e reflete a situação fora de controle em todo o País. Segundo especialistas, o atual patamar é de uma epidemia.
Os testes rápidos de dengue também estão sendo uma alternativa para a população. Vendido em apenas algumas redes de farmácias, com liminar judicial devido à falta de legislação regulamentando a comercialização, o item tem preço acessível. Segundo o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO), Fábio Basílio, a confiabilidade é garantida.
Para a infectologista Marília Turchi, esse recurso serve como triagem. No entanto, o ideal, segundo ela, seria a realização de exames em laboratório para identificar se os sintomas de febre, mal estar, dor de cabeça, manchas no corpo, que são comuns a várias doenças, são mesmo de dengue. A médica destaca que podem ser confundidos com chikungunya e zika.
“Clinicamente, não é possível fazer a diferenciação por isso o teste sorológico ou de biologia molecular. Cada exame tem um momento adequado a ser feito. Pesquisa de antígeno mais precocemente, os testes moleculares nos primeiros cinco dias da doença e os testes sorológicos que começam a dar positivo a partir do sétimo dia e muitas vezes precisam ser repetidos”, explica.
O custo do exame chamam tanto atenção quanto a quantidade de pessoas infectadas pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. Enquanto o de farmácia sai por R$31,50, no laboratório pode chegar a R$130. Em todo o estado, Goiânia é a cidade com maior número de casos prováveis de dengue até o dia 23 de abril, conforme boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda (02). Goiás e a Região Centro-Oeste têm a maior taxa de incidência da doença em diversas categorias analisadas.