Um levantamento prova o que muita gente já sabia: comprar hortifruti na Central Estadual de Abastecimento (Ceasa) sai muito mais barato. Garantir um bom desconto, apesar disso, demanda atenção sobre como, quando e onde fazer a feira para garantir até 200% de economia nos produtos.
Para o gerente da divisão técnica da Ceasa, Josué Lopes, a diferença de valores encontrada é explicada pela prática do atacado, que tem menos pessoas no processo. Ele ressalta, no entanto, que o preço é regulado pela lei da oferta e da procura sendo a tática de comprar no final da feira nem sempre eficaz.
“Isso é relativo porque o final da feira pode ter preço mais alto em vez de baixo. Se a pessoa chegou às 5 horas e pagou R$100 na caixa de tomate, por exemplo, às 9 horas pode custar R$120 e às 10 horas pode estar R$70. É uma bolsa de valores”, explica Josué. Ele destaca que desde janeiro deste ano a média de preços tem ficado elevada devido ao excesso de chuvas, comprometimento da produção e queda da oferta.
Para tentar lidar com a situação, o gerente aconselha a realização de compras em grupo. Uma caixa com um tipo de legume fica muito cara e tem muita quantidade para apenas uma família. A estratégia seria reunir outras duas ou três famílias para dividir o custo e os alimentos.
Outra ideia é optar por itens “de segunda” que podem sair pela metade do preço em relação aos primeiros da classificação e mantém a qualidade. Conhecer os meandros da Ceasa também ajuda bastante para saber quais os melhores guichês, mas, mesmo para quem não tem costume de ir à central pode pesquisar entre as bancas,
Josué destaca que os produtos da época também custam menos. Para conferir os mais em conta, ele lembra que o local disponibiliza diariamente pela manhã os preços cotados no site da Ceasa. As embalagens também têm dicas. O gerente afirma que a caixa inteira ou meia caixa compensa financeiramente sobre os sacos para armazenar e transportar as compras.
“A verdade é que a diferença é absurda. Eu já vi uma caixa de vagem por R$ 40 reais na Ceasa enquanto no supermercado ela era vendida por R$21 o quilo. Um produto pode custar R$4,50 na Central e chegar a R$9 no mercado, dependendo da região onde fica. O varejista perde muito produto e estabelece uma margem de segurança para continuar trabalhando”, pondera.
De acordo com o boletim mais recente da Conab, houve aumento na venda de hortaliças no Brasil em março comparando com o mesmo período do ano passado. O preço mais salgado encontrado no varejo e no atacado é uma tendência nacional, principalmente nas Ceasas do País, exceto para a alface e a batata.