Temer diz que espera participação da China em privatizações

Em entrevista ao canal estatal de TV da China, o presidente Michel Temer disse hoje (28) esperar que o governo e empresas chinesas participem das licitações para conceder à iniciativa privada 57 projetos, anunciados na semana passada, que incluem a venda de empresas públicas, concessão de aeroportos e de linhas de transmissão, além de parcerias público privada. À CCTV, Temer ressaltou a importância do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China.

Amanhã (29), Temer embarca para a China onde participa da reunião anual do bloco e também será recebido em visita de Estado pelo presidente chinês Xi Jinping. “Quero levar a ele [presidente da China] a notícia dos 57 setores que vamos conceder à iniciativa privada e esperamos que a China possa se interessar desses eventos concessões”, disse Temer.

À TV estatal da China, Temer disse que o Brics têm se fortalecido e que os governos de Brasil e China se assemelham por serem “reformistas”. “Não vejo nenhum gesto de enfraquecimento [do bloco]. Pelo contrário, o que vejo são gestos de fortalecimento. A China e o Brasil são países reformistas que vêm fazendo reformas acentuadas internamente”.

Segundo Temer, a reforma trabalhista, que entra em vigor em novembro, “está fazendo um sucesso extraordinário”, por flexibilizar as relações de trabalho e “combater o desemprego”. “Temos outras reformas pela frente, com a reforma da Previdência Social, importantíssima para o nosso país. Isso significa um governo reformista, como fez a China. China, Brasil África do Sul, Rússia e Índia estão mais ou menos no mesmo caminho”.

Na visita de Estado, além de falar sobre as privatizações, Temer disse que pretende estimular o turismo entre os dois países. “Espero que o turismo possa crescer, porque o turismo brasileiro para a China é maior que o chinês paras o Brasil. Os brasileiros têm um grande interesse pela cultura milenar da China. O que queremos, e será um dos objetivos da nossa viagem, incrementar e incentivar o turismo chinês para o Brasil”.

Futebol

Perguntado sobre a popularidade do futebol no Brasil, Temer disse que o esporte faz parte da cultura do povo brasileiro e que chegou a jogar bola quando garoto. “Hoje, não mais. Mas se colocarem uma bola na minha frente, eu chuto”, brincou.

Fonte: Agência Brasil

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp