A queda do número de passageiros vem se acentuando ao longo dos anos, mas uma ideia que pode ser implantada ainda neste ano promete ajudar a reverter a situação. Goiânia deve começar a integrar modais para facilitar a circulação na capital de quem utiliza o transporte público e beneficiará também os motoristas com a redução de carros nas ruas.
Uma das iniciativas é o retorno no Citybus. Repaginado, ele pode começar a circular nos bairros servindo como elo entre o passageiro e o ônibus que faz o trajeto rumo aos terminais. O Bilhete Único, criado há um mês e meio, surge como um estímulo para o sucesso desse fluxo, que tende a diminuir aglomerações de passageiros. A modalidade permite que o usuário faça quatro integrações ao custo de uma única passagem sem passar por terminais.
“Tem que ter qualidade para atrair as pessoas e ser competitivo, caso contrário, não trocam carro e moto. Citybus pode voltar e está sendo discutido. A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), a Rede MOB e a Secretaria Municipal de Mobilidade de Goiânia (SMM) estão discutindo um perfil integrado ao transporte. Ele tem característica de transporte por demanda e consegue redesenhar o trajeto, de acordo com os passageiros e atuarem como alimentadores das linhas”, afirma o superintendente de Mobilidade da SMM, Marcos Villas-Boas.
Ele cita como exemplo de como seria eficaz o retorno do Citybus citando pontos críticos, como a região da 44 e do Jardim América, próximo à T-63. ”Está em estudo e há uma estimativa de que esse ano ainda volte a funcionar. Estamos fazendo simulações considerando que parte do custeio do sistema vem dos transportes públicos. A tarifa técnica hoje é de R$7,23, no entanto, o usuário paga R$4,30 dividido em governos. Se tem dinheiro publico precisa de cálculos severos para se encaixar na tarifa técnica”, detalha o superintendente.
A instalação de bicicletas compartilhadas em terminais de ônibus surge como mais uma estratégia para fazer o novo sistema funcionar. Hoje concentradas em bairros nobres e em alguns parques, elas passariam a fazer parte da estrutura rodoviária. A mobilidade aliada às duas rodas tem a favor o hábito adquirido pelas pessoas durante a pandemia e corte de gastos da população com veículo, combustível e impostos.
“A malha cicloviária estaria desenhada na região dos 21 terminais de ônibus e em torno de cada um o usuário pode pegar uma bike e ir até outro em um raio de 5 a 7 quilômetros para fazer a devolução. De acordo com a necessidade, nós poderíamos também instalar estações para pegar ou deixar a bicicleta. Tudo isso depende de logística, por isso estamos estudando as possibilidades para essa real integração de modais”, analisa.