Levantamento indica déficit de 8,7 mil professores na rede estadual de Goiás

Um levantamento realizado pelo Observatório do Estado Social Brasileiro da Universidade Federal de Goiás (UFG), em conjunto com o Observatório da Educação, apontou um déficit de 8,7 mil professores na rede estadual de ensino de Goiás. Já em relação a área administrativa, o déficit chega a 16,3 mil  contratos. 

Apenas em 2022, os contratos temporários de docentes chegaram a mais de 10 mil. O cenário, segundo o documento, gera uma situação de desigualdade entre profissionais efetivos e temporários, tanto em termos salariais quanto em relação à estabilidade. Os contratos representam atualmente mais da metade dos professores que atuam nas salas de aula no estado.

“Essa situação interfere no desempenho dos profissionais da educação e reverbera, igualmente, na aprendizagem dos alunos”, afirma o relatório, que analisou os dados da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) entre 14 e 17 de abril de 2022.

Para os pesquisadores que participaram do levantamento, o problema é antigo. Em 2018, de acordo com um estudo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), 50% dos professores da Rede Pública de Educação do Estado de Goiás atuavam na condição de contratados temporários. Naquele mesmo ano, na Regional de Flores de Goiás e na cidade de Luziânia, o déficit de professores concursados atingiu 69% e 59%, respectivamente. 

As aposentadorias e falecimentos tensionam ainda mais o cenário. Entre 2017 e 2022, 4,2 mil professores se aposentaram e outros 233 faleceram. De acordo com o estudo, a média é de 710 aposentadorias por ano, e isso por si só, justificaria o déficit de professores efetivos.

Por conta disso, tanto o Observatório do Estado Social Brasileiro quanto o Observatório da Educação recomendam, no documento, que seja realizado um concurso público, regionalizado, para profissionais da educação para atender todo o déficit da rede pública estadual de educação de Goiás. De acordo com os pesquisadores, o total de vagas distribuídas em funções, que atendam a rotina escolar, não deve ser inferior ao total do déficit identificado. Ou seja, 16,4 mil.

O DE procurou a Secretaria Estadual de Educação para saber se vão atender os pedidos de concurso e se os números batem com o déficit registrado pela pasta, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp