Prefeituras de Goiânia, Aparecida e Anápolis se mobilizam para atender população de rua

O frio chegou e muitas pessoas em situação de rua sofrem com as baixas temperaturas. Neste ano, os termômetros com mínimas bem atípicas para a época mobilizou as prefeituras das maiores cidades goianas a promoverem ações em prol dessa população. A mínima prevista para Goiânia deve chegar a 10ºC oficialmente, mas a sensação é de bem menos.

Na capital, dois abrigos devem assistir parte das 1,2 mil pessoas nessa condição. Eles recebem alimentação, higiene pessoal e pernoite com segurança. Algumas  comunidades terapêuticas parceiras da Prefeitura também devem oferecer abrigo e assistência. O trabalho inclui ainda a abordagem de rotina dos moradores de rua. Para atender o aumento da demanda, agasalhos, cobertores, meias e alimentos estão sendo arrecadados de forma emergencial.

A doação de  kits de cobertores e higiene pessoal começaram a ser distribuídos nesta semana em Aparecida de Goiânia. A ação ocorre anualmente, mas foi antecipada devido a previsão do tempo para os próximos dias. A doação teve ainda  lanches como bolachas e achocolatado quente.

Um dos beneficiados, J.R.S., de 51 anos, ficou sabendo da frente fria que se aproxima e ficou preocupado. “Nós que estamos acostumados com o calor e eu sou magro, qualquer frio é um sofrimento. Essa ação da prefeitura ajuda muito”, comentou.

Na cidade de Anápolis, o Ginásio Carlos de Pina se tornou um alojamento temporário por causa da queda de temperaturas. O espaço tem capacidade para receber até 90 pessoas. A ideia é reforçar a quantidade de alojamentos que já existem de forma permanente no Centro POP, no Setor Central. A aproximadamente três mil cobertores foram arrecadados na Campanha do Agasalho deste ano  e serão entregues para pessoas em vulnerabilidade social e em situação de rua.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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