Coreia do Norte alega direito à autodefesa e diz que manterá política nuclear

A Coreia do Norte defendeu nesta terça-feira (29) o direito à autodefesa e afirmou que continuará com a sua política de “dissuasão nuclear”, horas após lançar um míssil que passou acima do Japão, em um ato que foi rapidamente condenado pela comunidade internacional. As informações são da EFE.

“Temos razão de responder com medidas duras no exercício do nosso direito à autodefesa e os Estados Unidos serão inteiramente responsáveis pelas consequências”, disse o embaixador norte-coreano perante a Conferência de Desarmamento, Han Tae-song.

O míssil balístico disparado pela Coreia do Norte sobrevoou a ilha de Hokkaido, no norte do arquipélago japonês, e caiu em águas do Oceano Pacífico, a cerca de 1.180 quilômetros da costa japonesa, segundo informações oficiais de Tóquio.

De acordo com Han Tae-song, a tensão nuclear na Península da Coreia “é o resultado da política hostil dos EUA e do aumento da corrida nuclear contra a Coreia do Norte, que não teve outra alternativa a não ser fortalecer a sua dissuasão nuclear para enfrentar esta ameaça”,

O diplomata afirmou que as manobras militares anuais realizadas pelos Estados Unidos e Coreia do Sul “são uma preparação para a guerra e para um ataque preventivo contra o país”.

Han Tae-song acusou o Conselho de Segurança da ONU de ter ignorado os pedidos do governo norte-coreano para discutir essas manobras e para que ameace os dois países.

O representante da Coreia do Norte insistiu que qualquer ação de seu país será “em defesa própria, da soberania e do direito a existir”.

“Os exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul geram tensão na península e fazem caso omisso às advertências da Coreia do Norte, em um ato fanático que põe mais lenha na fogueira”, sustentou o representante de Pyongyang.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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