O goiano Pedro Victor da Silva Brito, que foi preso pela Interpol em Portugal depois de fugir do país por deixar o amigo cego de um olho ao tentar matá-lo, foi condenado a mais de seis anos de prisão. O condenado, que foi extraditado para ser julgado em Goiânia, enfrentou um júri popular na manhã desta quarta-feira (18), que foi presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara.
Depois de horas ouvindo a vítima Thiago Araújo Ávila, o acusado e testemunhas, o juiz decidiu reduzir a pena de Pedro que antes estava fixada em mais de 12 anos. O motivo da redução se deu pela colaboração do réu, além do crime não ter evoluído para homicídio.
Crime
Conforme a investigação da Polícia Civil (PC), a confusão entre Pedro e Thiago, no qual mantinham amizade há mais de 11 anos, começou depois que a vítima tomou conhecimento de que Pedro teria ficado com sua ex-mulher em uma festa na capital.
O crime aconteceu no dia 17 de fevereiro de 2020, no Setor Vila União. De acordo com o processo judicial, Pedro atirou seis vezes contra o amigo. O relatório médico constatou que os tiros atingiram o braço direito, a mão esquerda e o olho direito, o que provocou a cegueira. O criminoso estava preso desde que retornou ao estado após a extradição, em agosto de 2021.
Ciúmes
Segundo o processo judicial, os dois eram amigos e um frequentava a casa do outro. A vítima conheceu uma mulher e passou a viver em união estável desde 2016, momento em que teve dois filhos com ela. No final de janeiro de 2020, a vítima e a mulher terminaram o relacionamento.
Após a separação, várias pessoas começaram a falar para a Thiago que Pedro havia ficado com a ex-mulher dele em uma festa. Depois disso, a vítima enviou algumas mensagens para o amigo, questionando-o a respeito deste assunto, mas Pedro negou.
No dia do encontro em que houve os disparos, Thiago e o condenado trocaram viárias mensagens por meio do celular. A ex-mulher da vítima teria confirmado que ficou com Pedro na festa. Diante disso, Pedro propôs se encontrar com o Thiago para conversarem pessoalmente. Eles se encontraram por volta das 20h em um campo de futebol da Vila União.
Quando os dois se encontraram, Pedro perguntou se o amigo acreditaria na versão da ex-mulher e passou a efetuar disparos. A vítima não morreu porque foi socorrida por médicos, segundo o processo. O condenado fugiu para Portugal após o crime. A Justiça de Goiás decretou a prisão dele, o que resultou na sua captura pela Interpol, e em seguida a extradição para o Brasil.