A cada 32 horas uma mulher é vítima de estupro em Goiás

Um estupro foi registrado a cada 32 horas nos primeiros três meses de 2022 em Goiás, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SPP). De janeiro a março, 67 mulheres foram vítimas da violência. Os dados de maio de abril e maio ainda não foram disponibilizados pela secretaria, no entanto, casos são registrados semanalmente pela Polícia Civil (PC).

De acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), de Goiânia, Ana Scarpelli, existem três situações nas quais a violência sexual ocorre: o chamado estupro de rua, quando a vítima não tem vínculo com o agressor e geralmente é escolhida aleatoriamente; estupro do ciclo social, quando a vítima e o autor não são próximos, mas dividem sempre o espaço por conta de amigos em comum ou emprego, exemplo: amigo de um amigo ou ex-colega de trabalho.

Além do mais comum que é estupro familiar. Neste caso, a vítima pode ser namorada, prima, sobrinha ou até mesmo irmã do agressor. Ainda segundo a delegada, foram registrados 278 casos de abuso em contexto de violência doméstica, em 2021. Houve uma queda em relação aos anos anteriores, mas as mulheres ainda precisam entender que a relação sexual precisa ser sempre consensual.

“Há sim um estupro na constância de uma união. Então, caso a mulher não se sinta à vontade em manter relação sexual com seu marido e, ela seja constrangida mediante violência ou grave ameaça a fazê-lo, há sim o crime de estupro”, explicou a delegada.

Relacionamento abusivo

Aline também relata que normalmente, neste contexto, o agressor dá sinais de que pode cometer o delito. No geral, o crime é fruto de um relacionamento abusivo e provavelmente não foi o primeiro ato criminoso ocorrido dentro da relação.

“Pode começar com pequenos atos, inicialmente entendidos como grosseria, passando para ofensas verbais e até mesmo físicas. Comunicando assim, no desenrolar desse relacionamento abusivo, a falta de respeito em relação às vontades sexuais da mulher. Então, a gente pode afirmar que se percebe esse tipo de delito, em contexto de violência doméstica”, relatou a delegada.

Conforme a delegada, muitas mulheres que procuram a delegacia para notificar o crime, não percebem que estão vivendo um relacionamento abusivo, por isso, nunca notificaram ter sofrido violência doméstica.

“Às vezes a vítima naquele momento (denuncia) começa a falar, nossa realmente ele estava mais agressivo, ele me ameaçou em tal situação, ele me injuriou, ele me xingou”, explicou Ana Scarpelli.

O crime de estupro pode ocorrer contra qualquer mulher em qualquer faixa etária de idade. Por isso, a delegada relata que qualquer indício de violência deve ser denunciado, “impossibilitando que algo mais grave aconteça.”

Portanto, os telefones 197 e 180, da Polícia Civil estão disponíveis para atender denúncias, inclusive anônimas. Além disso, a delegacia da mulher está aberta 24 horas.

Em caso de estupro, o autor pode pegar até 6 anos de prisão, em caso de qualificação como: lesão corporal, a pena pode chegar a 12 anos de reclusão.

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Polícia desmantela esquema nacional de golpes bancários

Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagra a Operação Falsa Central, uma ação coordenada pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foram cumpridos 95 mandados judiciais em todo o país — 58 de busca e apreensão e 37 de prisão —, além do bloqueio de 438 contas bancárias ligadas ao grupo.

A operação, nesta quinta-feira (21/11), que contou com apoio das polícias civis de São Paulo, Pernambuco, Pará, Piauí e Ceará, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central bancária. O esquema causou prejuízos de aproximadamente R$ 200 mil a 27 vítimas identificadas apenas em Goiás.

O delegado William Bretz, chefe do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Deic), conta que a Operação terá desdobramentos.

“A partir da análise do número 0800 usado no golpe, os investigadores descobriram outras 449 linhas vinculadas ao grupo, sugerindo um esquema de alcance nacional. Embora a primeira fase da operação tenha focado nas vítimas goianas, há indícios de centenas de outras vítimas em diferentes estados, que serão o alvo das próximas etapas”, disse.

Os envolvidos responderão por crimes como fraude eletrônica, furto mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a 29 anos de prisão. As investigações continuam sob responsabilidade do Gref/Deic de Goiás.

Alerta à população:

A Polícia Civil orienta que a população desconfie de mensagens ou ligações suspeitas sobre compras não reconhecidas e que jamais realize transações ou forneça dados pessoais sem antes confirmar diretamente com seu banco.

Em casos suspeitos, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência imediatamente.

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