Justiça bloqueia bens de médico denunciado por ter acorrentado funcionário negro, na Cidade de Goiás

O médico Márcio António Souza Junior, que ganhou destaque nacional ao filmar o funcionário negro acorrentado em uma fazenda da Cidade de Goiás, teve os bens no valor de R$ 2,1 milhões bloqueado pela Justiça- que acatou denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás (MP), nesta segunda-feira (23). O réu foi acusado de discriminação e preconceito de raça e de cor, depois de publicar um vídeo nas redes sociais em fevereiro, onde filmava o homem preso enquanto dizia que ele iria dormir na senzala por não ter estudado. O médico chegou a se pronunciar dizendo que tudo não passava de uma brincadeira.

Os bens de Márcio foram bloqueados para que seja garantido o pagamento de uma eventual multa, segundo o promotor de Justiça Leonardo Seixlack Silva. Ele diz que as diligências promovidas pelo MP apontaram que o valor a ser suportado pelo denunciado a título de indenização por danos morais coletivos, penas criminais e custas judiciais poderá chegar a mais de R$ 2 milhões.

“Foi providenciado um levantamento minucioso de todos os bens de Márcio Antônio com o objetivo de garantir o pagamento de eventual aplicação de penas restritivas de direito de cunho patrimonial, como a perda de bens e valores e a prestação pecuniária, a multa penal, o valor mínimo de indenização pelo dano moral coletivo e custas processuais” disse.

Medida judicial

No dia 30 de abril, diante do risco de blindagem patrimonial e consequente frustração dos fins da pena, antes de oferecer a denúncia, o MP requereu o arresto prévio dos bens imóveis do denunciado. A medida, conforme o órgão, foi necessária para assegurar o futuro cumprimento de sanções penais e a indenização por danos coletivos.

O arresto prévio dos bens do médico foi deferido no dia 6 deste mês, com o bloqueio de sete imóveis em seu nome encontrados na comarca de Goiás, sendo três urbanos e quatro rurais. O MP justificou que o pedido era necessário, pois os imóveis do denunciado estão com valores desatualizados nos registros oficiais, sendo que, no processo de inscrição de hipoteca legal, os bens serão devidamente avaliados e a constrição patrimonial (bloqueio) será mantida somente até o limite do valor das obrigações penais.

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MP denuncia 20 torcedores do Palmeiras por emboscada

Nesta quarta-feira, 18, o Ministério Público denunciou 20 integrantes da torcida organizada Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, que estariam envolvidas no ataque a dois ônibus de torcedores do Cruzeiro. A emboscada, como a Polícia Civil tem chamado o episódio, aconteceu no dia 27 de novembro na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo, e resultou na morte de um integrante da torcida Máfia Azul, do Cruzeiro.

A morte de José Vitor Miranda dos Santos, informou o Ministério Público, foi causada por traumatismo cranioencefálico, em decorrência de golpes desferidos com instrumento contundente.

De acordo com o Ministério Público, os torcedores que foram denunciados hoje assumiram “o risco de resultado homicida, por motivo torpe, com emprego de meio cruel e de meio que possa resultar em perigo comum, e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”. Por isso, os membros do Ministério Público solicitaram a prisão preventiva de todos os denunciados, argumentando que “soltos, os denunciados sem dúvida irão planejar novos delitos em face de torcedores do clube rival, colocando toda a sociedade em risco”.

O ataque ocorreu quando os torcedores mineiros retornavam para Belo Horizonte, após jogo contra o Athletico Paranaense, em Curitiba. Na ocasião, um dos ônibus com torcedores do Cruzeiro foi incendiado e, o outro, depredado. Além do torcedor que morreu, outros ficaram feridos. Segundo a polícia, barras de ferro, pedaços de madeira, fogos de artifício e rojões foram apreendidos no local.

Até agora, 15 pessoas suspeitas de envolvimento na emboscada já foram presas pela polícia.

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