Caso Genivaldo: Viúva fala à PF e pede prisão dos policiais ”Espero que a justiça seja feita”

Nesta terça-feira, 31, os parentes de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morto por asfixia em uma câmara de gás improvisada em uma viatura da PRF, em Sergipe, prestaram depoimento à Policia Federal (PF). Após a oitiva, a víuva da vítima, Maria Fabiana dos Santos disse que esperava a prisão dos integrantes da força de segurança responsáveis.

“Eu procuro buscar força pelo nosso filho, é uma indignação muito grande. Espero que a justiça seja feita, que eles sejam presos e que paguem pelo crime que cometeram”, disse Maria Fabiana ao G1. A irmã de Genivaldo, Damarise de Jesus Santos completou, dizendo que espera que a justiça seja feita.

Além da viúva e da irmã de Genivaldo, também prestou depoimento o sobrinho do homem morto, Walisson de Jesus. Ele precisou a abordagem e viu o tio sendo colocado dentro da viatura da PRF. Depoimentos aconteceram no Forúm Desembargador Luiz Magalhães, em Umbaúba.

“Relatei todo o acontecimento e estou confiante que o trabalho da polícia vai ser feito. Eu quero a prisão deles, quero que eles paguem pelos crimes que eles fizeram. Eles são os assassinos”, disse Wallison. Ele contou ainda que, durante o depoimento, ressalto que ninguém da instituição responsável pelo crime procurou a família para prestar assistência.

A advogada da família, Monaliza Batista, disse que o inquérito será concluído em 30 dias, com base nos depoimentos colhidos pela Polícia Federal.

“Eu sinto que o que a gente tá buscando, que é a responsabilização criminal dos policiais envolvidos, vai chegar. Vai chegar esse momento, porque o inquérito está bem minucioso, as provas estão bem nítidas, de que realmente tudo já foi provado nos vídeos. Agora o que a família vai buscar é justiça, porque a gente quer que os policiais que estavam envolvidos na morte venham a ser presos” , disse Monaliza.

Reelembre o caso

Genivaldo morreu no dia 25 de maio após ser abordado por agentes da PRF em Umbaúba, no litoral sul de Sergipe. Ele foi preso pelos polícias por está andando de moto, sem capacete. Durante a abordagem, Genivaldo foi colocado dentro de uma espécie de ”câmara de gás” montada no porta-malas da viatura por dois polícias rodoviários federais.

Em nota, a PRF afirmou que o homem teria ”resistido ativamente” à abordagem. Os agentes, então, utilizaram ”técnicas de imobilização e instrumento de menor potencial ofensivo” para conter a agressividade da vítima, que passou mal no caminho para a delegacia e acabou falecendo.

Confira vídeo do momento da prisão:

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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