Teve início às 9h37 desta segunda-feira, 13,o júri do atual conselheiro do Atlético Goianiense, Maurício Sampaio, e de outros quatro acusados de matar o jornalista Valério Luiz, em julho de 2012. A defesa pediu desmembramento do júri, mas a solicitação foi negada.
A defesa de Sampaio, acusado de ser o mandante do crime, havia dito, em coletiva de imprensa no dia seis de junho, que não compareceria à sessão. No entanto, está presente. Após a abertura e depois de o pedido de desmembramento do júri ter sido negado, uma vez que a questão já havia sido analisada outras vezes, foi feito o sorteio dos jurados. Ao todo, sete homens foram selecionados para o júri. Depois, foi feita pausa para o café e, até 11h30, a sessão ainda não havia sido retomada.
Serão ouvidos cinco réus. Maurício Sampaio, acusado de ter encomendado a morte de Valério Luiz; Urbano Carvalho, que trabalhava para Maurício e é julgado por contratar o policial que teria executado Valério; Djalma Gomes, PM que, segundo a acusação, trabalhava como segurança de Maurício e recebia favores por isso; o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria colaborado com o planejamento do crime; e ainda Ademá Figueiredo, PM acusado de fazer os disparos que mataram o jornalista. Marcos Vinícius será ouvido pela internet, após solicitação da defesa, porque está em Portugal.
Quase dez anos depois do assassinato de Valério Luiz, o júri ouvirá 30 testemunhas, sendo 30 de cada réu e cinco do Ministério Público de Goiás (MP). O juiz da sessão é Lourival Machado da Costa e os promotores são Maurício Camargo, Renata Souza e Sebastião Martins.
Adiamentos
A sessão já foi adiada quatro vezes, sendo a última no dia 2 de maio, quando os advogados de defesa dos réus deixaram o plenário. Em 2019, o julgamento foi adiado sob alegação de falta de estrutura para um caso que exigiria grande acomodação. Segundo o advogado de acusação e filho da vítima, Valério Luiz Filho, um dos auditórios do TJ-GO chegou a ser reformado na época, o que levou alguns meses. Então, ficou definida, pelo juiz Lourival Machado, da 4ª Vara de Crimes Danosos Contra à Vida, uma nova data. Esta também foi adiada, mas por conta da pandemia. No dia 14 de março, o julgamento sofreu adiamento pela terceira vez porque o advogado de Sampaio abandonou o caso. Em maio deste ano, houve o quarto adiamento, quando os advogados de defesa abandonaram o plenário.
Relembre o caso Valério Luiz
O jornalista Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, no dia 12 de julho de 2012, quando saía da Rádio Bandeirantes 820 AM, onde trabalhava, no Setor Serrinha. A motivação para o crime seriam críticas que Valério fazia contra a gestão do Atlético Futebol Clube, do qual Maurício Sampaio era vice-presidente, na época.
Segundo o inquérito policial, foram encontrados elementos suficientes para colocar os suspeitos de matar o jornalista na posição de indiciados. Na mesma linha, o Ministério Público entrou com denúncia, em fevereiro de 2013, iniciando a ação penal. A partir daí, houve audiências, testemunhas foram ouvidas, réus interrogados e advogados das duas partes reuniram provas. Em agosto de 2014, a Justiça decidiu que os acusados deveriam ir à júri popular, decisão confirmada, posteriormente, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).