As buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips chegaram ao 10º dia. Porém, nesta quarta-feira (15), a Polícia Federal (PF) decidiu levar um dos homens preso suspeito de ter participação direta no sumiço dos profissionais que desapareceram no último dia 5 no Vale do Javari, no Amazonas. Os suspeitos detidos são Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”. A PF, porém, não confirmou qual deles foi levado para o local de buscas e por qual objetivo.
Nove pessoas foram ouvidas pela polícia. Entre elas, a mulher de Amarildo, Josenete. Ela prestou depoimento na última sexta-feira (10) em companhia de um advogado e preferiu não falar sobre a prisão do marido nem sobre o caso dos desaparecidos.
Bruno e Phillips foram vistos pela última vez quando chegaram na comunidade São Rafael por volta das 6h do dia 5 de junho, onde conversaram com a esposa do líder comunitário, Churrasco. Depois de falar com a mulher, a dupla partiu rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino. O objetivo dos homens era entrevistar a Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu, nas proximidades da Base de Vigilância da FUNAI no Rio Ituí.
Polêmica
Durante as buscas, a PF conseguiu encontrar objetos de Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira, no interior do Amazonas. Foram localizados uma mochila, um notebook , camisas, bermudas, calça, chinelos e botas na área onde são feitas as buscas.
Na segunda-feira (13), Paul Sherwood, cunhado de Dom Phillips, informou que dois corpos haviam sido encontrados e que a informação foi repassada à família por um representante da embaixada brasileira no Reino Unido. Mas a PF e associação indígena que denunciou os desaparecimentos negaram a informação de que os corpos dos dois foram localizados.
Nesta terça, Paul Sherwood recontou em post no Twitter que aconteceu. Ele confirmou que a notícia sobre a descoberta de corpos na Amazônia foi repassada por Roberto Doring, representante da embaixada brasileira no Reino Unido.
Buscas
A procura pelos dois teve início no próprio domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Como não conseguiram localizá-los, alertaram as autoridades sobre o sumiço na segunda-feira.
As buscas ao indigenista e ao jornalista reúnem o Exército, a Marinha, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a PF. O Exército atua na região do Vale do Javari, com combatentes de selva da 16º Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Tefé (AM).
A equipe conta com, aproximadamente 250 homens, com militares especialistas em operações em ambiente de selva E que conhecem o terreno onde acontecem as buscas. Duas aeronaves, três drones e 20 viaturas foram deslocadas ao município para prestar apoio às investigações.