O mistério envolvendo o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips pode estar chegado ao fim. A perícia dos supostos corpos de Bruno e Dom, que chegaram na noite dessa quinta-feira, 16, ao Instituto Nacional de Criminalística de Brasília, começaram a mostrar as primeiras identificações. O exame de arcada dentária feito hoje aponta a compatibilidade com o jornalista britânico. A informação foi confirmada pelo comitê de crise coordenado pela Polícia Federal (PF) do Amazonas.
Após essa etapa, será realizado o exame de DNA nos restos mortais de Dom Phillips para uma segunda confirmação. A PF colheu amostras genéticas junto às famílias das vítimas no último dia 10, mesma data em que foram encontrados ps materiais biológicos humanos.
A identificação da arcada dentária foi possível porque a família de Dom enviou exames que comprovaram as características. A PF aguarda os documentos da família de Bruno Araújo para continuar as comprovações. Enquanto isso, a perícia nos restos mortais do indigenista segue sendo feita. A investigação sobre as verdadeiras motivações que levaram os suspeitos a matar a dupla continua.
Sem mandante
A PF informou, nesta sexta-feira, 17, que não houve mandante ou organização criminosa envolvida na morte da dupla. A corporação também afirmou que as investigações ainda vão continuar e que novas prisões podem ocorrer, mas que as investigações apontam que os executores agiram sozinhos.
Até o momento, duas pessoas foram presas suspeitas de ter envolvimento direto no desaparecimento de Bruno e Dom, sendo Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado” e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira. Pelado, inclusive, confessou ter matado o indigenista e o jornalista na quarta-feira (15).
Desaparecimento
Bruno e Dom desapareceram no dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, na Amazônia. A reserva é palco de conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal. A procura pelos dois teve início no mesmo dia do sumiço, por parte de integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Como não conseguiram localizá-los, acionaram as autoridades, que passaram a procurá-los a partir do dia seguinte. As buscas envolveram o Exército, a Marinha, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) e a PF, além de cerca de cem indígenas voluntários.
Corpos
Os restos mortais encontrados no local das buscas chegaram a Brasília nesta quinta-feira, 16, onde passarão por perícia no Instituto Nacional de Criminalística, vinculado à PF. Como os corpos estão em estágio avançado de decomposição, os peritos farão exames de DNA para comparar os vestígios à genética de familiares de Bruno e Dom. Também poderão ser feitos exames da arcada dentária. Os resultados das análises devem sair em até 10 dias. A perícia também deve apontar qual foi a causa da morte.