A defesa dos empresários Joesley e Wesley Batista, controladores do grupo J&F, apresentou ao Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo pedido de habeas corpus para os dois irmãos. O advogado Pierpaolo Bottini alega que a prisão de ambos é ilegal.
Segundo Bottini, a prisão é irregular porque a liberdade dos dois não coloca em risco as apurações da Polícia Federal (PF) sobre a prática de crime contra o sistema financeiro. A PF investiga o uso de informação privilegiada pelo grupo para negociar dólares e ações dias antes da divulgação da delação premiada que envolvia o presidente Michel Temer. O grupo J&F teria comprado US$ 1 bilhão e vendido R$ 327 milhões em ações da JBS, enquanto a dupla negociava acordo com a Procuradoria-Geral da República.
“As investigações existem e são do conhecimento dos executivos há meses, sem que jamais houvesse ato de obstrução de qualquer um deles”, diz nota divulgada por Bottini. “Ambos se apresentaram, prestaram depoimentos e entregaram os documentos requeridos. Não há indícios de que pretendam fugir”, conclui o texto.
Atualmente, Wesley cumpre prisão preventiva na sede da Polícia Federal em São Paulo. Joesley está preso em Brasília, em prisão provisória, por suspeita de violação do acordo de delação premiada.
De acordo com a Polícia Federal, Wesley ficará preso em São Paulo por tempo indeterminado. Já seu irmão, Joesley, cumpre prisão temporária em Brasília, determinada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que vence nesta sexta-feira (15). Se o Supremo não determinar a prorrogação da prisão temporária ou não alterar para preventiva, Joesley poderá ser transferido para São Paulo, onde ficará detido e cumprirá a prisão preventiva, determinada ontem pela Justiça Federal em São Paulo.