Vocalista do Raça Negra causa polêmica em ‘Programa da Fátima’

O Encontro desta quinta-feira, 14, teve como tema o abuso sexual infantil e, entre os convidados, estavam Luiz Carlos, vocalista do Raça Negra, e a atriz Julia Lemmertz.

Durante o debate, que contava com a presença da especialista em educação sexual Caroline Arcari, Luiz falou que os pais devem prestar atenção na roupa que as filhas vestem a fim de evitar abusos. “A mulher sempre foi mais avançada do que o homem e hoje você vê uma menina de 12 anos que já quer se portar como uma mulher, mas ela é uma criança”, falou.

“A gente tem que prestar atenção também na roupa. Falar ‘minha filha, não achei legal essa roupa. Você vai para a escola assim?’. De repente, pela maluquice dele (do abusador), ele acha que aquele comportamento daquela menina, de se vestir e se arrumar como a mãe…”, dizia Luiz, quando foi interrompido por Fátima Bernardes e pelos outros convidados, que disseram que a mulher pode usar a roupa que quiser e isso não justifica o abuso.

O cantor, porém, insistiu. “Mas você também tem que evitar que a filha vá para a escola com uma roupa não adequada. Isso não é voltar no tempo, eu acho que tem que prestar atenção também. É você falar assim: ‘Você vai para a escola com essa roupa?’. Eu tô falando da menina porque ela é, de uma forma meio chula, mais caçada, o menino é mais escondido. Mas eu acho que, ao perceber essa atitude do cara [abusador], a gente deveria dar uma surra nele”, completou.

Após a fala do cantor, a psicóloga falou: “Não, Luiz. Essa tua ideia, você tá falando da roupa, do batom, mas em que momento a gente está falando com os meninos? Olha, não importa a roupa da menina, você não pode avançar, você não pode assediar”. Ela foi complementada por Fátima, que falou que, na Índia, mesmo com as vestimentas que cobrem todo o corpo, as mulheres ainda são estupradas e assediadas. A fala do artista gerou muitas críticas nas redes sociais.

As informações são do Estadão

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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