Formosa: pai que matou filho por acidente vai responder por homicídio culposo

Nesta quarta-feira, 22, a Polícia Civil finalizou o inquérito e indiciou o pai do menino Eliseu Eugênio Kraemer, de 11 anos, por homicídio culposo – quando não existe intenção de matar. O menino morreu no dia 27 de maio, depois de levar um tiro de espingarda disparado por acidente pelo próprio pai, em Formosa, no entorno do Distrito Federal. Depois do ocorrido, o homem, de 41 anos, atirou contra o próprio rosto, mas não morreu. A caminho do hospital, escreveu uma carta na ambulância, pedindo desculpas.

O caso aconteceu por volta das 19h, no setor Formosinha. Segundo as investigações, o pai de Eliseu trabalhava com manutenção de pivôs e era atirador esportivo, sendo que todas as suas armas estão dentro das exigências da lei e são registradas no Exército Brasileiro.

Segundo o delegado Danilo Meneses, responsável pelo caso, “foi descartada qualquer possibilidade do pai ter disparado de forma intencional no seu filho”. Por outro lado, a partir do inquérito policial, o homem foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, já que desrespeitou “uma séria de normas de segurança que devem ser seguidas ao manusear uma arma de fogo”, segundo o delegado.

Existe a possibilidade de que o pai de Eliseu tenha perdão judicial, levando em conta o sofrimento que o próprio caso já causa. “Caberá ao juiz entender pela aplicação ou não pelo perdão judicial”, conclui Meneses.

Pai escreveu carta a caminho do hospital

Carta de desculpas escrita pelo pai de Eliseu, na ambulância do SAMU. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Na hora do disparo acidental, o pai do menino mostrava um revólver calibre 22 a um homem, que seria intermediador para negociar a venda da arma.

“Nesse momento, após essa pessoa pegar o revólver, infelizmente o suspeito pegou em uma espingarda calibre 12 e, sem intenção, acionou a tecla do gatilho. Houve um disparo acidental, e ele acabou por ceifar a vida do próprio filho de apenas 11 anos de idade”, explica o delegado responsável pelo caso, Danilo Meneses.

A arma estava carregada e destravada, a cerca de um metro da criança. Eliseu foi atingido no tórax e caiu. A munição era do tipo balote de grande energia, que feriu gravemente a vítima.

Segundo a Polícia Civil, a mãe da criança tomava banho no momento do acidente. O pai foi até ela contar o que havia acontecido. Em desespero, o homem atirou contra o próprio rosto, na tentativa de tirar a própria vida. “O estado de saúde dele é delicado, embora não corra risco de morte. Os danos estéticos e funcionais foram de grande monta. Ele não está conseguindo falar”, explica o delegado.

O homem foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A caminho do hospital, dentro da viatura do SAMU, ele escreveu uma carta em que pediu desculpas e disse que foi um acidente. “Matei meu filho. Matei por acidente”, escreveu.

 

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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