Solto, pastor envolvido em escândalo do MEC alega “guerra contra evangelho”

Um dos pastores presos nesta semana por envolvimento em liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC) para aliados do titular Milton Ribeiro se pronunciou sobre o assunto na madrugada deste domingo (26). Gilmar Santos afirmou chorando aos fiéis que a ação policial teve cunho espiritual. A declaração ocorreu durante um culto evangélico em Aparecida de Goiânia.

“Esta guerra não é contra um, é contra o Evangelho, contra a família que ensinamos, contra os pilares que a igreja evangélica ensina”, comentou brevemente dias após ser liberado pela Polícia Federal. Ele foi citado pelo ex-ministro da Educação como um dos responsáveis pela indicação de prefeituras que receberiam com prioridade dinheiro público da pasta. O pastor Arilton Moura compartilharia a tarefa, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

Santos se limitou a acrescentar que não abordará mais o tema por enquanto, mas pretende convidar a imprensa no futuro para apresentar detalhes. Por meio de uma “Carta ao Povo de Deus” postada em sua rede social no Instagram, Gilmar afirmou que interesses políticos manipulam a verdade e transparência dos fatos porque haveria uma luta para enfraquecer o governo. De acordo com ele, a prisão foi ilegal e inconstitucional.

O desvio de verbas comandado por uma espécie de gabinete paralelo chegou a ser confirmada por Ribeiro em ligações telefônicas. Agora, todos os envolvidos negam a prática.  Ele reconheceu em entrevistas que colaborou na aproximação entre colegas e ex-ministro Milton Ribeiro. A operação da PF prendeu ainda outras  três pessoas: o ex-titular Milton Ribeiro, o ex-assessor da Prefeitura de Goiânia, Helder Barbosa, e o ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do MEC, Luciano Musse.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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