Duas semanas após alta, jovem baleado em show sertanejo depõe

O rapaz baleado em um show da dupla Henrique e Juliano prestou depoimento nesta segunda-feira, 27. Ele chegou a ficar internado em estado grave e recebeu alta há cerca de duas semanas. Francis Amorim, de 32 anos, afirmou que a confusão começou por causa de um esbarrão em um rapaz. O autor do tiro é um soldado da Polícia Militar (PM).

“Lembro do que aconteceu, que houve um esbarrão, lembro dos empurrões e dos tiros. A recuperação é lenta, tenho dores na mão, onde fiz a cirurgia, estou com duas costelas quebradas mas estou de repouso em casa”, afirmou ao G1 Goiás. Durante a hospitalização, ele teve removido parte do pâncreas, órgão que foi perfurado pela bala.

No dia 5 de junho, o  gerente de uma empresa de engenharia civil lembra que decidiu ir embora do estádio Serra Dourada, local onde ocorria a apresentação sertaneja, antes do encerramento. Francis disse que encostou sem querer no militar e pediu desculpas. 

Outro homem começou a socá-lo e, em seguida, o próprio soldado iniciou as agressões. Para se defender, ele empurrou o agente de segurança que caiu no chão e disparou. O soldado da PM foi preso pelo próprio batalhão em que era lotado. Durante depoimento, ele disse que alguém tentou pegar sua arma e que atirou em legítima defesa. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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