PRF vira alvo de ação civil pública do MPF em Goiás

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) virou alvo de uma ação civil pública, expedida pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF), nesta terça-feira, 28. A ação pretende fazer com que a corporação volte a ter comissões de direitos humanos, que se encontram suspensas desde o dia 13 de maio deste ano.

A PRF, inclusive, deve implantar ao menos 30 horas de aula sobre o tema nos cursos de formação e reciclagem dos agentes, segundo o pedido do órgão. A cobrança foi feita cerca de um mês após a morte Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Sergipe. O homem morreu por asfixia dentro do porta malas da viatura durante uma ação policial.

No documento, os procuradores Mariane Guimarães e Hélio Telho, resgatam que o MPF vem questionando a PRF sobre a portaria que extinguiu as comissões mesmo antes do incidente.

Recomendação

A primeira investida do MPF aconteceu no dia 30 de maio, após a procuradora Mariane Guimarães, recomendar que a PRF revogasse a portaria que extinguiu as comissões de direitos humanos da corporação (nacional e regionais) e ainda retomasse as aulas sobre o tema nos cursos dos policiais.

A ação descreve que a PRF se reuniu com o MPF, dizendo que atenderia à recomendação de forma parcial, justificando que “a disciplina de Direitos Humanos no Curso de Formação Profissional 2022, além de ser abordada de forma transversal em todas as disciplinas do curso, também será ministrada na modalidade EAD e com carga horária de 10h para os discentes”.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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