‘Don Juan’: usando fardas, falso policial aplicava golpes em mulheres

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Com uma lábia de primeira e uma vida onde sobram mentiras, um falso policial militar seduziu, namorou, enganou e limpou as contas bancárias de pelo menos quatro mulheres do Distrito Federal. O  ‘Don Juan do Cerrado’ se relacionava com elas simultaneamente, se fazendo passar, algumas vezes, por PM do Distrito Federal, e, em outras, or membro da corporação em Goiás, além de policial penal. As informações foram reveladas pelo portal Metrópoles.

Prejuízo de R$ 90 mil

Samuel Carlos da Silva Batista, de 31 anos, usava uma farda diferen te para cada personagem que encenava. Apenas uma das vítimas deve um prejuízo de R$ 90 mil. Nas delegacias, são pelos quatro ocorrências contra Samuel e uma medida protetiva expedida contra uma das vítimas.

O modus operandi do estelionatário era sempre o mesmo: conhecia as vítimas através de um aplicativo de relacionamento – normalmente o Tinder – ou por intermédio de amigos em comum. Sedutor, ele logo inventava uma mentira para encantar e fazer parte da vida delas.

Depois de alguns meses de namoro, o golpista colocava em prática a estratégia para arrancar dinheiro das vítimas. Apesar de integrar as fileiras da PMDF ou da PMGO, o estelionatário fingia estar com as contas bancárias bloqueadas.

“Ele ganhava a confiança, era carinhoso, amoroso, e fazia todas as vontades. Depois de algum tempo, começava a pedir R$ 2 mil, R$ 3 mil, e até carros”, contou uma empresária ouvida pela coluna Na Mira. A vítima namorou o suspeito por dois anos e perdeu R$ 26 mil.

Quando uma das enganadas desconfiou, a rede de mentiras caiu sob terra e uma enxurrada de ocorrências foi registrada em diferentes delegacias da Polícia Civil do DF.

Empréstimos

Além de conseguir dinheiro emprestado com as namoradas, o ”Don Juan” conseguia contratar empréstimos no nome delas. Uma das vítimas chegou a comprar um carro e fazer dois empréstimos bancários de R$ 5 mil para ele.

“Antes disso, já tinha emprestado R$ 2,5 mil. Sempre quando chegava a data para quitar o pagamento, ele inventava uma desculpa”, contou a ex-namorada, em depoimento à PCDF.

O acusado sempre utilizava as mesmas desculpas: as contas estavam bloqueadas e ele não poderia fazer saques. Com isso, chegou a enganar até mesmo a mãe de uma vítimas, que emprestou R$ 1 mil para ele.

Arma apreendida

Quando dizia ser policial do DF, o golpista dizia as mulheres que integravam o Grupo Tático Operacional (GTop) ou então da unidade especializada do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) da Polícia Militar de Goiás. Nas redes sociais, o estelinatário fazia questão de usar camisas com o emblema das forças.

Ele também fazia questão de ostentar uma suposta arma de fogo. Muitas vezes andava com uma pistola na cintura, dizendo as mulheres que a arma era de verdade.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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