Celebridades protestam contra ‘Cura Gay’

A cantora Anitta gravou um vídeo contra a decisão do juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho, que abre brecha para que psicólogos ofereçam a terapia de reversão sexual, conhecida como ‘cura gay’. O tratamento é proibido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) desde 1999.

“Eu ‘tô’ devastada por dentro e quero mandar toda a minha solidariedade pro meu público”, diz a cantora, em vídeo publicado na noite desta segunda-feira (18). “Não sei como a gente consegue ajudar, mas eu tô aqui rezando para que os nossos representantes deem atenção pro que realmente é importante, para ninguém mais cometer uma burrice como essa”, completa.

O CFP se posicionou contrário contra a decisão liminar, proferida na última sexta-feira (15). Para a entidade, a decisão abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual. Representantes do Conselho destacaram que a homossexualidade não é considerada patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – entendimento reconhecido internacionalmente.


Famosos se manifestam

Outras celebridades também utilizaram suas redes sociais para protestar contra a decisão. A cantora Pabllo Vittar, destaque do primeiro final de semana do Rock in Rio, foi sucinta: “Não somos doentes”, escreveu ela na legenda de uma foto em que aparece com a bandeira LGBT.

Daniela Mercury, por sua vez, postou uma foto ao lado de sua esposa, Malu Verçosa. ”Dá para perceber de ‘cara’ que estamos doentes. Doentes de amor, doentes de respeito mútuo, doentes por nossa família. Somos doentes de felicidade! Nos respeitem!”, escreveu.

O humorista Paulo Gustavo, que também é homossexual e casado com o dermatologista Thales Bretas, publicou um vídeo em que faz uma piada irônica sobre a ‘cura gay’. “Eu tô tomando tudo quanto é remédio para melhorar da homossexualidade, mas não ‘tô’ conseguindo. Eu tô viado há muito tempo. Difícil sair da crise”, diz.

Outra personalidade que ‘brincou’ com a situação foi a jornalista Fernanda Gentil, que assumiu ser lésbica e atualmente namora a também jornalista Priscila Mantandon. ”Tentando me curar dessa doença, mas tá difícil…”, postou em seu Instagram.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp