O primeiro-ministro britânico Boris Johnson renunciou, nesta quinta-feira, 7, ao cargo de liderança do Partido Conservador, o que abre caminho para que o partido faça uma eleição interna para escolher um novo líder e, consequentemente, um novo primeiro-ministro. Johnson deve permanecer no cargo até a escolha de um novo premiê.
“Está clara agora a vontade do partido conservador que haja um novo líder desse partido e, portanto, um novo primeiro-ministro”, disse ele no início de seu discurso.
“Eu concordei com Sir Graham Brady, líder dos parlamentares, que o processo de escolha desse novo líder deveria começar agora e o cronograma será anunciado na próxima semana”, disse.
Uma grande escalada de crise
A renúncia acontece após uma intensa crise onde mais de 50 membros, entre ministros, secretários e auxiliares, do governo britânico deixarem seus cargos, alegando ”falta de confiança” na gestão.
A crise foi desencadeada após desculpas do ministro, em admitir que ”errou” ao nomear para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um consevador que renunciou na última semana. Ele é acusando de ter apalpado dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado de Londres.
Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira, 5, que o Johnson foi informado em 2019 sobre as acusações contra Pincher, mas havia ”esquecido” sobre o assunto.
Boris Johnson sobreviveu ao voto de desconfiança movido pelo partido no último mês em decorrência a um processo de ”partydate”, que avaliou festas em Downing Street, sede do poder britânico, durante o lockdown nacional pela Covid-19. Por isso, Boris Johnson estava imune a um novo voto de desconfiança por mais um ano.