Boris Johnson vai deixar cargo de primeiro-ministro do Reino Unido

Boris Johsnon

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson renunciou, nesta quinta-feira, 7, ao cargo de liderança do Partido Conservador, o que abre caminho para que o partido faça uma eleição interna para escolher um novo líder e, consequentemente, um novo primeiro-ministro. Johnson deve permanecer no cargo até a escolha de um novo premiê.

“Está clara agora a vontade do partido conservador que haja um novo líder desse partido e, portanto, um novo primeiro-ministro”, disse ele no início de seu discurso.

“Eu concordei com Sir Graham Brady, líder dos parlamentares, que o processo de escolha desse novo líder deveria começar agora e o cronograma será anunciado na próxima semana”, disse.

Uma grande escalada de crise

A renúncia acontece após uma intensa crise onde mais de 50 membros, entre ministros, secretários e auxiliares, do governo britânico deixarem seus cargos, alegando ”falta de confiança” na gestão.

A crise foi desencadeada após desculpas do ministro, em admitir que ”errou” ao nomear para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um consevador que renunciou na última semana. Ele é acusando de ter apalpado dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado de Londres.

Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira, 5, que o Johnson foi informado em 2019 sobre as acusações contra Pincher, mas havia ”esquecido” sobre o assunto.

Boris Johnson sobreviveu ao voto de desconfiança movido pelo partido no último mês em decorrência a um processo de ”partydate”, que avaliou festas em Downing Street, sede do poder britânico, durante o lockdown nacional pela Covid-19. Por isso, Boris Johnson estava imune a um novo voto de desconfiança por mais um ano.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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