Varíola dos macacos: transmissão comunitária é questão de tempo, diz SES

O vírus Monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos, vêm se espalhando pelo estado, que já confirmou quatro casos da doença até o momento, sendo que outros 12 casos suspeitos foram notificados. Segundo a Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Flúvia Amorim, é só uma questão de tempo até que a doença comece a ser transmitida de forma comunitária no estado.
Os primeiros casos foram registrados em Aparecida de Goiânia há quase uma semana. As vítimas são dois homens com idades entre 30 e 40 anos, que possuem histórico de viajar para estados que já declararam transmissão comunitária, como São Paulo. Os outros dois pacientes foram diagnosticados com a doença neste quarta-feira, 13, em Goiânia. Destas vez, foram dois homens com com idades de 26 e 41 anos, que também possuem histórico de viagem.
“São Paulo já está com transmissão comunitária e aqui isso deve acontecer. Não sabemos quando, mas sabemos que irá acontecer é que apenas uma questão de tempo. Neste momento precisamos fazer com que a população entenda quais são os sintomas, medidas de prevenção e o que fazer diante do surgimento de sintomas. Esse é o momento que estamos vivendo agora, de orientação para a polução”, explicou.

Transmissão

Entre humanos, a transmissão da varíola dos macacos ocorre por contato com fluidos corporais, lesões na pele ou em mucosas, como boca ou garganta, gotículas respiratórias durante contato pessoal prolongado e por meio de objetos contaminados.

Análise dos casos

De acordo com a SES, os critérios para definição de caso suspeito da varíola dos macacos  (Monkeypox) são que o indivíduo, de qualquer idade, apresenta início súbito de erupção cutânea aguda, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital), associada ou não a adenomegalia ou relato de febre.

Também são avaliados os seguintes critérios:

● Histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas;

● Ter vínculo com casos confirmados da doença, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas;

● Histórico de contato íntimo com desconhecido/a (s) e/ou parceiro/a(s) casual(is), nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas.

A varíola dos macacos é geralmente uma doença autolimitada com sintomas que duram de duas a quatro semanas, denotada pelo surgimento de lesões na pele. O período de transmissão da doença se encerra quando as crostas das lesões desaparecem. O período de incubação é de seis a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.

Por ser transmissível, a doença exige cuidados para a identificação dos pacientes, o isolamento, a notificação dos casos, a realização de testes laboratoriais e o monitoramento dos contatos. O tratamento é baseado em medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.

Casos Graves

Os casos graves ocorrem mais comumente entre crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e natureza das complicações. As deficiências imunológicas subjacentes podem levar a resultados piores.

As complicações podem incluir infecções secundárias, broncopneumonia, sepse, encefalite e infecção da córnea com consequente perda de visão. Historicamente, a taxa de letalidade variou entre 0 e 11% na população em geral e tem sido maior entre crianças. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade foi de cerca de 3%.

Exame

Diante disso, é feita a coleta de amostras do paciente. As mesmas são encaminhadas para o Laboratório Estadual Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO). Algumas amostras para diagnóstico diferencial são analisadas no próprio Lacen e outras, encaminhadas pelo Lacen ao laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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