Em depoimento à polícia, a viúva do petista assassinado em sua própria festa de aniversário forneceu mais detalhes a respeito do caso. De acordo com Pamela Suellen Silva, o atirador Jorge José da Rocha Guaranho chegou a ameaçar os convidados antes de efetuar os disparos. O vídeo contendo o relato da mulher foi obtido com exclusividade pelo Uol.
O caso do petista assassinado
Na noite do dia 9 de julho, o petista Marcelo Arruda foi morto a tiros enquanto comemorava seus 50 anos de idade em uma festa particular. Tesoureiro do PT e guarda municipal em Foz do Iguaçu (PR), ele chegou a reagir aos disparos e acertou o atirador, mas acabou morrendo devido aos ferimentos.
Dois dias depois, a Justiça decretou a prisão preventiva do policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho. Segundo relatos de pessoas que estiveram na festa do petista Marcelo Arruda, o atirador teria gritado o nome do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) antes de disparar.
Depoimento da viúva
Segundo a viúva de Marcelo, Pamela, as ameaças começaram por parte de Guaranho, contradizendo a versão que diz que ele só atacou após os convidados o xingarem e jogarem pedras e terra em seu veículo. Essa versão, inclusive, foi reforçada pela esposa de Guaranho, que não teve a identidade revelada pelas autoridades.
“De repente, chegou o carro. Esse cara abaixa o vidro e fala: ‘PT lixo’, ‘Lula ladrão’, ‘Bolsonaro mito’. Então, o Marcelo fala: ‘Vai embora! Aqui é uma festa particular’. Aí, o cara saca a arma. E o Marcelo pega um punhado de terra e arremessa na lataria do veículo, de forma a desviar a atenção do alvo, porque ele já estava mirando”, conta Pamela.
Ainda de acordo com a viúva do petista, Guaranho fez ameaças e disse que voltaria depois. Ela chegou a pensar em chamar reforços policiais. Isso porque Pamela é policial civil. Quando ele chegou, ela ainda tentou conversar.
“Eu falei: ‘cara, aqui é a polícia. Para, abaixa a arma’. Aí, ele desferiu dois disparos. Aí, eu me afastei. Lembro que eu estava na frente dele, a arma estava muito próxima. Pensei: ‘em qualquer bobeira, ele pode virar e me acertar'”, relata.
Pamela afirma que “houve muito tiro” e, quando os disparos cessaram, ela tentou socorrer o marido. Marcelo ainda estava com vida, mas faleceu posteriormente em razão de hemorragia.
Segundo a esposa de Guaranho, o marido não é um “bolsonarista fanático”, e o seu apoio ao presidente “é uma coisa saudável”. Após passar em frente à festa com uma música contendo a letra “o mito chegou, o Brasil acordou”, a mulher contou que os convidados jogaram pedras e terra no carro, inclusive acertando seu filho de três meses.
Confira um fragmento do depoimento, obtido pelo Uol:
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Diário do Estado (@jornal_diariodoestado)