Coreia do Norte acusa Trump de declarar guerra

O ministro do Exterior norte-coreano, Ri Yong Ho, disse hoje (25) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está “declarando guerra” à Coreia do Norte por meio de sua retórica e que por isso o seu país tem direito de derrubar aviôes de guerra americanos.

“Temos todo o direito de tomar contramedidas … inclusive para derrubar aviões bombardeiros estratégicos dos Estados Unidos, mesmo quando não estiverem dentro do espaço aéreo do nosso país”, afirmou Ho durante uma rápida conversa com jornalistas, em frente ao seu hotel próximo à sede das Nações Unidas em Nova York.

Ri Yong Ho estava falando especificamente das últimas declarações do presidente norte-americano sobre a Coreia do Norte postadas no Twitter no fim de semana, quando Trump disse que o líder da Coreia do Norte “não estará lá por muito tempo”, insinuando que destituiria a dinastia de Kim Jong-Un.

“No fim de semana Trump afirmou que nossa liderança não duraria muito mais tempo e declarou uma guerra no nosso país”, afirmou o ministro norte-coreano aos repórteres.

Ele frisou que pela retórica de guerra de Trump – o seu país tem direito de reagir. “Teremos todo o direito de tomar todas as medidas contrárias autodefensivas, incluindo o direito de derrubar os bombardeiros estratégicos”, comentou.

A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre os comentários do ministro norte-coreano.

Guerra de palavras

A guerra de palavras entre os dois líderes aumenta a cada dia a tensão entre Washington e Pyongyang, especialmente depois do discurso de Donald Trump perante a ONU, em que o presidente americano ameaçou destruir a Coreia do Norte, caso o seu programa de armamento nuclear não seja abandonado.

No sábado (23) forças norte-americanas sobrevoaram o espaço aéreo próximo às águas norte-coreanas. O ministro do Exterior norte-corean disse que Trump estava em uma “missão suicida”, devolvendo assim as palavras ditas pelo presidente americano na ONU sobre Kim Yong Un, a quem chamou de “homem-foguete”, em uma “missão suicida”.

“Ninguém além do próprio Trump está em uma missão de suicídio”, disse Ri Ho em um discurso na na Assembléia Geral da ONU. Ele também falou que “se vidas inocentes dos Estados Unidos forem prejudicadas por causa desse ataque suicida, Trump será totalmente responsável”.

Ainda na ONU, Ri Yong Ho também informou que seu país está entrando na “fase final” do estabelecimento de um sistema nuclear que tem fins de defesa e só será utilizado como “última opção”. A Coreia do Norte já foi sancionada pelo Conselho de Segurança da ONU pela continuidade de testes com missieis balísticos e pelo desenvolvimento de armamento nuclear.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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