Uma votação virtual oficializou a chapa presidencial formada por Jair Bolsonaro e Braga Netto como vice para as eleições deste ano pelo Partido Liberal (PL) durante convenção nacional na manhã deste domingo, 24, no Rio de Janeiro, berço político do atual presidente.
Ele discursou citando uma passagem bíblica. O megaevento tinha público e local com a bandeira do Brasil. O ginásio estava lotado com apoiadores e políticos, como o deputado federal acusado de ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Daniel Silveira.
Além dele, compareceram a deputada federal Carla Zambelli, o ex-ministro e candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzon, o senador Romário, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o ex-ministros Eduardo Pazuello e Tarcísio de Freitas, que é candidato ao governo de São Paulo, o ex-presidente Fernando Collor de Mello, o advogado Frederick Wassef e os sertanejos Matheus e Cristiano, responsáveis pelo jingle da campanha, “Capitão do povo”. Ainda hoje, os filiados ao PL discutirão a possibilidade de uma coligação do PP, Republicado e PTB.
Desde o início desta manhã, uma fila de motociclistas se formou nas rotas em direção ao ginásio onde ocorreu a convenção na capital fluminense. Os apoiadores vêm defendendo a vitória em primeiro turno e sugerem que uma segunda votação seria indício de fraude eleitoral. Bolsonaro reclama da segurança das urnas eletrônicas há pelo menos quatro anos e propõe o retorno do voto impresso.
Segundo ele, existe a possibilidade de falhas que podem alterar o resultado do processo eleitoral mesmo sem apresentar provas e suspeitar de ação de hackers na contagem de votos. O presidente tem afirmado que conversas com as Forças Armadas tentam articular estratégias para imprimir maior confiabilidade ao sistema.
“Uma é que os votos sejam totalizados nos TREs. E outra é que os votos, quando transmitidos para Brasília, vão para uma sala secreta. Temos tudo para fazer eleições tranquilas, sem problemas”, declarou em live realizada em abril deste ano. As acusações são rechaçadas veementemente por diversas instituições nacionais e internacionais, principalmente por ministros da Corte Superior brasileira.
Reconhecimento estrangeiro
Na semana passada, a desconfiança exposta em reunião por Bolsonaro com chefes de missões diplomáticas no Brasil com o objetivo de angariar propostas para o rito eleitoral ganhou bastante repercussão. A associação de diplomatas e a embaixada dos Estados Unidos responderam reconhecendo a segurança das eleições nacionais.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes declarou que o argumento do presidente é infundado considerando o resultado das urnas em 2018 legitimando a escolha popular dele e de outros 55 parlamentares da aliança.
“Até numa conversa com ele, brinquei, dizendo que tinha vontade de acreditar na fraude das urnas, porque, quando via nomes como Hélio Negão, Bia Kicis, ou coisas assim, pensava, poxa. Mas sei que eles foram eleitos, assim como tivemos, em outros momentos, como na vitória de Collor, a eleição de muita gente desconhecida”, disse.