Mesmo com o Brasil no mapa da fome, índice de obesidade aumenta

obesidade Goiânia

Em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil retornou ao mapa da fome, com milhões de pessoas sofrendo com insegurança alimentar. Em Goiânia, estima-se que 48.271 famílias vivem em extrema pobreza. Paralelamente, o índice de obesidade vem aumentando tanto no País quanto na capital goiana.

Dados da pobreza em Goiânia

Diário do Estado solicitou à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (SEDHS) dados a respeito do mapa da fome em Goiânia. A SEDHS informou que não realiza estatísticas específicas sobre isso, mas forneceu algumas informações relacionadas ao assunto.

Atualmente, 148.710 famílias residentes em Goiânia estão inscritas no cadastro único do Governo Federal (CadÚnico). Tal instrumento viabiliza o recebimento de benefícios sociais e serve de parâmetro para identificar goianienses que estejam em situação de vulnerabilidade social.

Nesse recorte, cerca de 48.271 famílias vivem em extrema pobreza e 19.613 famílias em situação de pobreza. Ainda, há 56.356 pessoas residentes na capital beneficiadas com o Auxílio Brasil, programa federal de transferência de renda direta de recursos que considera renda per capita familiar.

O aumento do índice de obesidade

O Brasil está entre os países com maiores índices de obesidade no mundo. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022, publicado pela Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation), a condição deve atingir quase 30% da população adulta do País em 2030.

“A obesidade é uma doença crônica que tem crescido em proporções epidêmicas mundialmente. No Brasil, aumentou 72% nos últimos 13 anos. Se considerado excesso de peso, a frequência fica em 55,4%, ou seja, mais da metade da nossa população tem peso acima do considerado como normal”, afirma Daniela Espíndola Antunes, professora, doutora e investigadora da Unidade de Pesquisa em Endocrinologia da UFG.

De acordo com ela, Goiânia reflete os dados brasileiros, com 18,6% das mulheres e 20,6% dos homens com obesidade. Daniela explica que a obesidade é uma doença crônica e que, ao contrário do que muitos pensam, o tratamento não depende apenas de força de vontade, pois se tratam de alterações nos circuitos que controlam a fome e saciedade.

“O indivíduo com obesidade, por exemplo, tem resistência à ação dos hormônios que diminuem a fome, como a leptina e a insulina. Dessa forma, ele sente mais fome que deveria. Além disso, perifericamente, na própria gordura abdominal, há uma enzima de nome complexo, trabalhando na contramão”, declara Daniela.

No levantamento do Atlas Mundial da Obesidade 2022, a publicação prevê que um bilhão de pessoas em todo o mundo viverão com obesidade em 2030 (17,5% de toda a população adulta). Ao mesmo tempo, o mapa da fome vem piorando no Brasil, e números da ONU expõem que essa questão se acentuou desde o início da pandemia.

Em informe da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), com vinculação à Fiocruz, o confinamento e o distanciamento social, principalmente nos primeiros meses de pandemia, acarretaram em um aumento do sedentarismo, além do consumo de alimentos fornecidos por aplicativos de delivery, com maior oferta de alimentos ultraprocessados e com alto conteúdo calórico.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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