A morte de três detentos dentro da Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia movimentou a Justiça goiana nesta terça-feira, 26. O caso, que é investigado pela Polícia Civil (PC), também será apurado pelo Ministério Público (MP), além disso, membros da Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO) vão realizar uma vistoria no local.
Em nota, enviada ao Diário do Estado, a OAB-GO, por intermédio de suas comissões de Direitos Humanos (CDH), de Direitos e Prerrogativas (CDP), de Segurança Pública e Política Criminal e Especial de Execução Penal, classificou o episódio ocorrido na CPP de Aparecida como “gravíssimo”.
O órgão também encaminhou um ofício para a 1ª Coordenação Regional Prisional da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás (DGAP), solicitando informações sobre o ocorrido. E afirmou que membros da CDH e CDP vão realizar uma vistoria nas dependências da CPP ainda nesta terça-feira, 26.
A OAB-GO também designou uma comissão de advogados para acompanhar as investigações, cobrar rapidez e contribuir na elucidação dos crimes. O MP também manifestou interesse em participar das investigações, a fim de apurar as circunstâncias em que o triplo homicídio ocorreu.
Três presos são encontrados mortos e amarrados na CPP de Aparecida Goiânia
Três detentos foram encontrados mortos e amarrados em duas celas da Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na manhã desta terça-feira, 16. A informação foi confirmada pela 1ª Coordenação Regional Prisional da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás (DGAP).
Os detentos assassinados aguardavam julgamento pelos crimes de roubo e homicídio. São eles: Hyago Alves da Silva, Matheus Junior Costa de Oliveira e Paulo Cesar Pereira dos Santos. Eles foram esfaqueados e tiveram os corpos pendurados pelo pescoço na entrada das celas.
De acordo com a DGAP, os detentos foram encontrados já sem sinais vitais, mesmo assim, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU) foi acionada e constatou os óbitos no local.
Por meio de nota, a administração prisional informou que procedimentos internos foram instaurados para apuração dos fatos e circunstâncias dos ocorridos. E afirmou que a princípio, as investigações apontam “que os custodiados teriam sido assassinados, supostamente, por outros presos, companheiros de celas”.
Os nomes e os crimes que os possíveis assassinos cumprem não foram divulgados. Ainda assim, a DGAP garante que “a ordem e disciplina dentro da unidade seguem sem alterações” no complexo prisional.
Nota OAB:
“OAB-GO solicita informações, promove vistoria e exige investigação rigorosa de mortes na CPP
A Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO), por intermédio de suas comissões de Direitos Humanos, de Direitos e Prerrogativas, de Segurança Pública e Política Criminal e Especial de Execução Penal, reputa como gravíssimas as mortes de três detentos sob guarda do Estado nas dependências da Casa de Prisão Provisória (CPP) do Complexo Penitenciário Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, nesta terça-feira (26/07).
Insta a OAB-GO que a autoridade policial judiciária e a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) promovam apuração rápida e rigorosa das circunstâncias dessas mortes para que o Poder Judiciário puna exemplarmente os responsáveis.
Como ato inaugural, a Presidência da OAB-GO expediu ofício endereçado à DGAP solicitando informações sobre o ocorrido. Designou, ainda, membros da CDH e CDP para realizar nas próximas horas uma vistoria nas dependências da CPP. Por fim, vai instituir uma comissão de advogados para acompanhar as investigações, cobrar rapidez e contribuir na elucidação dos crimes.
Rafael Lara Martins, presidente da OAB-GO
Larissa Junqueira Reis Bareato, presidente da CDH
Alexandre Pimentel, presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas
Tadeu Bastos Roriz e Silva, presidente da Comissão de Segurança Pública e Política Criminal
Matheus Moreira Borges, Comissão Especial de Execução Penal”
Nota do MPGO
Nota Polícia Penal do Estado de Goiás
A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária informa que trabalha de maneira transparente e está sempre à disposição dos órgãos parceiros para eventuais vistorias de órgãos de controle e fiscalização.
No entanto, em situações excepcionais como as desta data, em que estão envolvidas questões técnicas e de segurança, as vistorias precisam ser sobrestadas ou reprogramadas para outras datas.
A DGAP visa, acima de tudo, a garantia da lei e da ordem, bem como a segurança de qualquer pessoa que adentre as unidades prisionais.