Crianças são as principais vítimas de intoxicação por materiais de limpeza, em Goiás

O número de atendimentos relacionados a intoxicação por produtos de limpeza e desinfetantes em Goiás, durante o ano de 2022, chegou a 68, conforme a Secretária Estadual de Saúde (SES). O número corresponde a 19,3% de todos os casos registrados no ano passado, ocasião em que a pasta contabilizou 351 pacientes. Crianças entre 1 e 4 anos são as principais vítimas, sendo responsáveis por 50 atendimentos apenas neste ano. Adultos entre 30 e 39 anos aparecem em segundo lugar, com 5 casos.

A preocupação em se prevenir contra a Covid-19 e a Varíola dos Macacos, além da falta de atenção relacionada aos produtos de limpeza e higiene podem ser alguns dos fatores que influenciaram para a quantidade de vítimas, vistos que os mesmos produtos que protegem contra os vírus podem, também, causar efeitos nocivos à saúde.

Segundo o Tenente do Corpo de Bombeiros de Goiás, Guilherme Moreira Borja, esse tipo de ocorrência se enquadra no grupo chamado de intoxicação exógena, sendo um tipo de trabalho frequente na corporação. Ele conta que os materiais mais perigosos são aqueles à base de soda cáustica, geralmente usados para desentupir pias e ralos.

“A soda é corrosiva e pode causar queimaduras de segundo grau na pele. Pode ainda queimar os olhos e levar a perda da visão. Se ingerida, mesmo em quantidades moderadas, pode levar ao óbito, a depender da toxicidade do produto. Caso a pessoa não vá a óbito, esse produto pode causar ferimentos internos e gerar consequências futuras. É importante levar o paciente para uma avaliação médica, pois pode ser necessário procedimentos de limpeza estomacal, além de medicações”, explicou.

Prevenção

Para o bombeiro, uma das formas de prevenção, principalmente envolvendo crianças com mais idade, é a orientação. Guilherme conta que sempre é válido orientar e explicar os riscos que estes produtos podem oferecer, já que muitas vezes as crianças são movidas pela curiosidade. Essa curiosidade, de acordo com ele, pode ser retirada por meio de conversas educativas.

No entanto, com crianças menores, é recomendado que esses materiais fiquem fora do alcance. Por exemplo, eles podem ser guardados em locais que as crianças não têm acesso, como armários e gavetas, de preferência em alturas maiores. Além disso, se possível, a família deve adotar algum dispositivo que tranquem as gavetas e armários.

“Em caso de qualquer acidente que envolva materiais de limpeza sempre devemos ler o rótulo e buscar a orientação do próprio fabricante em caso de ingestão e contato, pois geralmente a embalagem contém essas informações. Caso seja necessário levar a criança a uma unidade de saúde, pode ser de grande ajuda levar o rótulo ou embalagem para que o profissional de saúde possa fornecer um atendimento mais adequado”, concluiu.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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