Mineradora terá que pagar exames para moradores de Campos Verdes

Por decisão judicial a Mineradora Maracá terá que pagar exames para 1.526 moradores da cidade de Campos Verdes, localizada no norte de Goiás.

O motivo é que os moradores apresentaram quadro de dores de cabeça, febre e doenças gastrointestinais após beberem água do Rio dos Bois, que abastece a cidade.

Até aí, tudo bem. Só que um laudo comprovou a contaminação do manancial com metais provenientes de despejos da mineradora no manancial. Além do problema de saúde provocado na população, peixes também apareceram mortos no curso do Rio.

Por meio de nota enviada ao G1 Goiás a mineradora disse que foi notificada pela Justiça, que não concorda com o laudo sobre os impactos ambientais e que pretende recorrer da decisão.

A Justiça pediu os exames para verificar os níveis de metais pesados no organismo dos cidadãos que tiveram o problema identificado pelo SUS de Campos Verdes.

A decisão judicial foi tomada com análise de documentos, relatórios médicos e estudos realizados pela Saneago para verificar a qualidade da água. Foi encontrado dejetos e resíduos tóxicos de alta periculosidade como alumínio, cobre, ferro, manganês, zinco, níquel, cádmio e fósforo.

A Saneago não está captando água no Rio dos Bois para abastecer Campos Verdes. Os moradores contam agora com água de poços artesianos.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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