Em Goiás quase 3 mil pessoas vivem em situação de rua

Goiás tem quase 3 mil pessoas vivendo em situação de rua. Desse total, 2.111 estão inscritas no Cadúnico, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás (Seds). O número pode parecer impactante, mas o estado nem aparece no ranking das federações com indicativo de superpopulação nesta condição. Isso se dá em função da rede de apoio montada pelo governo para atender esses cidadãos.

Das pessoas vivendo nas ruas dos municípios goianos, 87% são homens com idades entre 18 e 59 anos, 68% se declaram negros. Do total de pessoas em situação de vulnerabilidade, 47% têm o ensino fundamental incompleto, 14% ensino fundamental completo, 16% ensino médio completo e 9% incompleto, 11% não sabem ler e escrever e 2% ensino superior incompleto ou completo.

Em Goiás, essas pessoas são assistidas diariamente pelo governo do estado.

“Temos entrega de marmitas, cobertores, ações itinerantes para confecção de documentos, doações de roupas, cortes de cabelo, banho, cadastro no CadÚnico, encaminhamento para cursos de qualificação, mercado de trabalho, instituições de tratamento e etc”, disse a Seds.

Na semana passada, foi realizada uma força-tarefa com a participação de diversos órgãos e unidades da administração estadual que disponibilizaram a emissão de segunda via de certidão de nascimento, casamento e óbito; corte de cabelo e distribuição de roupas.

Já as equipes da Polícia Técnica Científica emitiram o documento de identidade e a Secretaria da Retomada fará encaminhamento para vagas de emprego. A Secretaria da Saúde esteve presente com vacinação, testes de HIV, sífilis e curativos, além da oferta de vagas para tratamento de dependência química em comunidades terapêuticas.

População em situação de rua

Em todo o país, cerca de 184.638 vivem em situação de rua, a maioria estão em São Paulo (42.240), Rio de Janeiro (10.624) e Belo Horizonte (10.241).

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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