Novos títulos de eleitor não transferem votos por QR Code para Lula

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Não é verdade que os novos títulos de eleitor transferem votos para o candidato à presidência da República, Lula (PT), por meio de QR Code. O boato passou a circular nas redes sociais nos últimos dias, principalmente via WhatsApp. No entanto, esse rumor não possui nenhum tipo de fonte ou embasamento que o sustente.

A fake news de Lula

De acordo com a fake news, os títulos de eleitor de pessoas novas ou que transferiram de cidade vêm com um código “L13”, que seria uma referência a Lula. “Eles dão um papel só, uma folha de papel compridinho assim, que é para você registrar na hora. Aí lá tem um QR Code que tem escrito Lula 13”, diz um áudio a respeito do boato.

Nesse áudio em questão, uma mulher que não se identifica é quem está falando. Sem oferecer nenhum tipo de prova ou evidência concreta, a mulher cita que pessoas do Rio Grande do Sul, Amapá e Bahia também passaram pela mesma situação que ela supostamente vivenciou. Inclusive, a mulher destaca que, no caso dela, transferiu o título “de Caldas Novas para cá”.

Segundo a responsável por gravar o áudio, esse seria o motivo pelo qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estaria incentivando os mais jovens a tirar títulos de eleitor. Desta forma, mais votos poderiam ser transferidos para Lula. “Na hora que passar o QR Code na máquina lá que for ativado, já ativa o número 13. Pode um negócio desse? É o fim do mundo”, declara outra parte do áudio.

Por que é falsa?

Em primeiro lugar, o código sobre o qual o áudio se refere é o código de validação do título de eleitor, cuja geração é totalmente aleatória. Além disso, ainda que isso pode acontecer pela natureza do método aleatório, não são todos os novos títulos de eleitor que estamparão o código “L13” com suposta referência a Lula.

Esse código não tem relação com os dias das Eleições, servindo apenas como validação do título. Nas datas da votação, todo o processo é feito por meio da urna eletrônica, e o eleitor nem precisa obrigatoriamente do título para votar. Basta um documento oficial com foto. Por fim, o TSE sempre incentiva os mais jovens e os idosos a votarem. Não é uma exclusividade das Eleições deste ano.

Falso apontamento de problemas será crime

Se um eleitor alegar um problema falso no funcionamento das urnas eletrônicas durante as votações, essa ação configurará crime eleitoral e o indivíduo poderá ser preso em flagrante. Caso realmente haja algum tipo de problema nos aparelhos, haverá a substituição das urnas com possíveis defeitos.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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