Acesso ilimitado do TikTok por crianças e adolescentes: “tendência é adoecimento”

Dancinha, humor e publicidade nem sempre velada são as principais características da principal rede social acessada por crianças e adolescentes: o TikTok.  Uma pesquisa da pesquisa TIC Kids Online Brasil revela que é a mídia preferida entre o público de 9 a 17 anos. O levantamento também revela números sobre o uso da internet para esse público. 93% deles acessam a rede mundial de computadores, a maioria está nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e 32% já buscaram apoio emocional na rede.

O levantamento realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) aponta que os jovens mais ricos costumam usar mais redes sociais com menos tempo de mercado, como TikTok e Instagram, quanto as mais pobres voltam para o Facebook, uma das mais antigas entre as populares no Brasil. A fórmula de vídeos curtos com diversos tipos de conteúdo fez tanto sucesso que exigiu atualização dos concorrentes, que passaram a oferecer essa opção.

Na perspectiva da psicóloga Adriane Garcia, a interferência no intelecto e desenvolvimento da criança está associada ao conteúdo raso, emotivo, de senso comum e sem filtro presente. Ela explica que as famílias devem ajudar a criança ou adolescente a fazer escolhas prudentes, interessantes e construtivas. 

“Se não é como comer sem entender as propriedades do alimento para o corpo. Assim é a alimentação do cérebro sem análise. A tendência é o adoecimento.  O acesso precisa ser limitado e assistido. Além disso, é importante o processo contínuo de orientação por parte dos pais”, defende.

TikTok: plataforma sedutora

A sensação de prazer e bom humor gerada pela liberação de um neurotransmissor chamado dopamina e ainda transtornos psicológicos como ansiedade podem explicar o motivo de a plataforma ser tão sedutora. A aprovação social externada por meio de likes e comentários estimula os usuários a consumirem e produzirem conteúdo com intensidade.

Psicóloga Camilla Paiva (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)

“O uso excessivo das ferramentas tecnológicas ocasiona mais interação com o mundo virtual e menos com o real, o que faz com que as pessoas percam essa habilidade. Além disso, a tela azul emitida por equipamentos eletrônicos atrapalha o sono. Como ele tem função regulatória, isso impacta todo o organismo”, afirma a psicóloga Camilla Paiva.

De acordo com ela, a lista de consequências inclui piora dos processos de aprendizagem e problemas de memória e atenção. A especialista sugere importante evitar vários estímulos ao mesmo tempo, não ficar o dia todo no celular e ainda se “desligar”  das redes sociais.

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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