Jovem celebra convocação após desempenho em Goiás: “responsabilidade”

Raynã Oliveira Souza Goiás futebol de cego

O jogador Raynã Oliveira Souza, de 19 anos, disputará o Blind Football World Grand Prix France Sub-23, na França. Será a sua primeira experiência internacional no futebol de cegos. O jovem, que é natural de Ourilândia do Norte (PA), começou a se destacar por suas atuações no estado de Goiás.

Nascido no Pará, forjado em Goiás

A trajetória de Raynã no esporte começou a tomar forma em 2018. Antes disso, na sua cidade natal, ele convivia com poucas pessoas cegas ao seu redor. O jovem sempre gostou de esportes, mas não conhecia a fundo a modalidade de futebol de cegos.

“Eu nunca tive esse interesse porque eu não sabia que existia. Onde eu nasci, não tinha muitas oportunidades para conhecer a modalidade. A gente não assistia, não acompanhava, até porque o futebol de cego não era muito divulgado. Até hoje não é. Não passava nada no rádio, na televisão”, destaca ao Diário do Estado.

Eis que o seu pai foi para Goiânia procurar emprego. Raynã perguntou se conseguiria achar algum lugar no qual ele poderia jogar futebol. Nessa época, inclusive, Raynã achava que todo cego jogava descalço, por conta da sensibilidade.

O pai de Raynã encontrou então a Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás (ADVEG). As coisas foram se desenrolando até que o jovem paraense ganhou a oportunidade de atuar em Goiás. No começo, apresentava muita dificuldade e sequer possuía dinheiro para a chuteira, mas ainda assim conseguiu se destacar.

O caminho rumo ao estrelato

Raynã Oliveira futebol de cegos
Raynã com a camisa da Seleção (Foto: Arquivo pessoal)

Após se destacar, Raynã Oliveira recebeu a sua primeira convocação em julho deste ano, para disputar o Desafio das Américas em São Paulo. Não era uma competição oficial da Seleção Brasileira, por se tratar de um torneio amistoso. Porém, isso não evitou que o jovem sentisse uma emoção muito grande.

Agora, ele alcançou o que descreve como o maior feito de sua carreira: a chance de defender as cores do Brasil em um campeonato oficial. O Blind Football World Grand Prix France Sub-23 será realizado de 27 de agosto a 4 de setembro, em Paris, na França.

“É a primeira vez que vou sair do país. Estou meio apreensivo, com frio na barriga, mas é uma sensação que não consigo descrever em palavras. É um misto de alegria com responsabilidade”, explica Raynã.

O ala ofensivo é o único representante de Goiás na disputa. Contudo, o jovem espera que os seus companheiros possam se juntar a ele no futuro próximo.

Futebol de cegos em Goiás

Para entender um pouco mais sobre a modalidade em Goiás, o DE conversou com João Turíbio, técnico de Raynã Oliveira e diretor de paradesporto da Secretaria Municipal dos Esportes (SMESP). Segundo ele, a categoria de futebol de cegos começou em 1989 no estado de Goiás, por iniciativa de alguns associados da ADVEG.

“Atualmente, temos nove atletas desenvolvendo a modalidade. Com o envelhecimento da equipe da ADVEG, que por anos se manteve a mesma, em 2012 desenvolvi um projeto de formação de atletas jovens, sempre buscando dar oportunidade para novas crianças ou jovens cegos praticarem a modalidade”, afirma.

Apesar da demanda não ter exatamente crescido, João Turíbio ressalta que a política permanente de iniciação, com o apoio da SMESP, faz com que sempre apareçam novas crianças e jovens cegos buscando uma oportunidade na modalidade.

Portanto, Raynã não é o único a ter conseguido um feito importante por Goiás. O atleta Maxwell Carvalho Valente, do Centro de Referência Paralímpico de Goiânia (CRP), foi convocado para a VI Fase de Treinamento da Seleção Principal de Futebol de Cegos, no período de 28 de agosto a 5 de setembro, em São Paulo (SP).

“Tanto o Raynã quanto o Maxwell conseguiram bons resultados em virtude de um conjunto de fatores: treinamento com regularidade, metodologia própria para o ensino aprendizagem da modalidade, oportunidade de praticar a modalidade e apoio das instituições envolvidas – SMESP/ACELGO/CBDV/CPB. Além disso, devemos destacar as características individuais dos mesmos quanto à disciplina, foco e o próprio talento individual”, conclui João Turíbio.

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Desgaste e erros: a saída de Léo do Vasco para o Athletico-PR

Do capitão ao adeus: como os erros e o desgaste com a torcida abalaram a relação de Léo com o Vasco

De malas prontas para o Athletico, zagueiro não via mais clima para continuar no clube pelo qual inicialmente sentiu forte identificação e teve seu pedido para sair atendido pela diretoria

Vasco acerta venda do zagueiro Léo ao Athletico-PR

Uma das primeiras contratações da era SAF do Vasco, Léo chegou ao clube com planos para ficar por muito tempo. O zagueiro, no início, sempre procurou destacar a rapidez com a qual se identificou com a equipe. “Jogar no Vasco é representar um clube que me representa”, disse em abril deste ano ao The Players Tribune.

Corta para o final da temporada. Encerrado o Brasileirão, o zagueiro procurou a direção e pediu para ser negociado. O desgaste com a torcida foi o principal motivo. Léo reconhece que cometeu falhas e que oscilou em algumas atuações, mas ele e as pessoas que o cercam acreditam que as críticas são fora do tom. O jogador se sente perseguido e injustiçado. Por esse motivo, por achar que não há jeito para reparar essa relação, ele não queria continuar.

A diretoria atendeu o pedido. Nesta quinta-feira, Vasco e Athletico chegaram a um acordo pela transferência de Léo. O Furacão vai pagar US$ 2 milhões (cerca de R$ 12,3 milhões na cotação atual). O valor é US$ 1 milhão a menos do que foi investido pelo clube carioca dois anos atrás, mas a diretoria acredita que, na medida do possível, conseguiu fazer um bom negócio. O zagueiro tinha apenas mais um ano de contrato, o que significa que a partir de junho poderia acertar com qualquer clube para sair de graça em dezembro.

Pelas reações nas redes sociais, houve um ou outro torcedor que lamentou a saída de Léo por acreditar que ele ainda poderia ser útil, mas é praticamente unânime a conclusão de que essa foi a melhor saída para todos os lados. Mas como a relação que começou com carinho recíproco se deteriorou em dois anos? Como o jogador que foi capitão e que possui enorme respeito de companheiros e funcionários de clube vai embora com a imagem desgastada?

Depois de quatro temporadas e mais de 160 jogos com a camisa do São Paulo, Léo foi contratado pelo Vasco no fim de 2022. Na sua apresentação oficial, no dia 4 de janeiro de 2023, o zagueiro foi só sorrisos na sala de imprensa. “Quando me ligaram, fiquei muito contente com o convite. Eu quero estar aqui, já parece que estou aqui há bastante tempo. Me receberam bem, estou feliz demais”, disse.

Nêne era o capitão da equipe naquele momento, mas, diante da chegada de tantos reforços, o experiente meia foi para o banco na virada do ano. Maurício Barbieri, então, entregou a braçadeira para Léo, que em pouco tempo mostrou perfil de liderança e se identificou com o clube. As primeiras atuações foram animadoras – em fevereiro, na goleada por 5 a 0 sobre o Resende, ele voltou a marcar um gol depois de seis anos.

No início da temporada, uma atitude em específico fez Léo cair nas graças do torcedor: com o consentimento de outros líderes do elenco, ele se reuniu com o então diretor-esportivo Paulo Bracks e pediu para que as premiações fossem distribuídas com todos os funcionários do CT. Alguns diziam, orgulhosos, que o zagueiro tinha a cara do Vasco.

Aos 31 min do 1º tempo – gol de fora da área de Fellipe Mateus do Criciúma contra o Vasco

Léo também ficou marcado por lances como a falha no gol de Bustos, do Internacional, no Beira-Rio; no primeiro gol do Criciúma, no empate em 2 a 2 no Heriberto Hülse; no gol de Jhon Jhon, do Brag…

Com a confiança abalada, Léo nitidamente passou a arriscar menos conduções e acelerações nas saídas de bola. Essa sempre foi sua principal característica e motivo pelo qual o zagueiro desperta admiração. Em menos momentos em …

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