Diante das reduções do preço dos combustíveis o que fica mais vantajoso, abastecer o carro com álcool ou com gasolina?
Em Goiás, a gasolina está mais cara do que etanol, cerca de R$ 1,50, mesmo assim, ela é a preferida entre os motoristas. O que tem deixado o setor bastante preocupado, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto).
No geral, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço dele representa mais de 70% do valor da gasolina. O que não ocorre no estado. Em Goiânia, o preço do litro da gasolina mais barato custa R$ 4,59, enquanto o do etanol R$ 3,09. Ou seja, apenas 67%.
De acordo com o presidente do Sindipostos, Márcio Andrade, mesmo estando no período de safra, onde a oferta do produto é maior e o preço tende ficar mais baixo, o etanol não está competitivo com a gasolina.
“O consumidor está migrando para a gasolina, que tem um rendimento maior que o etanol. E isso está causando sérias preocupações para o segmento, principalmente, o sucroalcooleiro, produtor de etanol e também para o mercado…”, explicou Márcio Andrade.
Ainda segundo o presidente do Sindipostos, uma outra preocupação é o fator ambiental. Uma vez que “o etanol é menos poluente do que a gasolina.” De acordo com Márcio, é esperado um incentivo por parte das autoridades, para que os motoristas voltem a abastecer com o álcool, além de um reajuste nas refinarias para tornar o preço entre os dois combustíveis mais competitivos.
Para Andrade, o etanol deixou de ser competitivo, em Goiás, em função da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
“Como existe agora um limite máximo para a cobrança do ICMS, ou seja, 17% no estado de Goiás, o ICMS do etanol ficou muito próximo ao ICMS da gasolina. Antes nós tínhamos uma diferença maior”, explicou Márcio.
Preço da gasolina
O preço do litro da gasolina sofreu uma queda de 2,77% no Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Além, do recuo no preço do diesel. No entanto, segundo o Sindipostos, esta redução não impactou o mercado goiano, que em função do ICMS cobrado no estado.
De modo geral, os preços dos combustíveis sofreram um recuo médio de 5% em agosto no país. Inclusive, Goiás aparece como terceiro colocado com o menor preço pelo litro da gasolina, atrás apenas de Amapá e Sergipe.
De acordo com Márcio Andrade, o recuo está associado aos impostos federais, estaduais, além dos reajustes feitos pela Petrobras. Isso, sem contar o mercado externo.
“Alterações de preços não são feitas diretamente pelos donos de postos. Eles colocam sua margem de lucro sobre o preço que é formado em cadeia. Quando está barato vende mais e, 90% do valor já vem pronto, ele acrescenta uma parcela pequena, que é pra ele pagar suas despesas e ter um lucro..”, concluiu Márcio.