Goiás é o estado brasileiro com mais casos de dengue, em 2022

Dengue e chikungunya batem recorde histórico de casos em Goiás

Goiás é o estado com mais casos de dengue no Brasil, em 2022. Ao todo, foram mais de 268.240 registros, cerca de 310% casos a mais do que o notificado em todo ano passado. A informação consta no boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 29. O levantamento também aponta que, em todo o país, houve um aumento de 191,9% entre 2021 e 2022.

Liderada por Goiás, a região do país com maior concentração de casos é a Centro-Oeste, que reúne 1.851,4 casos a cada 100 mil habitantes.

O número de mortes por dengue este ano também já é maior do que o registrado durante todo o ano passado. Mesmo faltando quatro meses para a conclusão de 2022, o número de óbitos é 130% se comparado ao ano passado. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), 106 mortes foram confirmadas, sendo que ainda existem outras 160 investigadas.

Relaxamento nas ações contra a dengue

O maior número de casos são registrados em Goiânia e Aparecida de Goiânia. De acordo com coordenador de dengue, zika e chikungunya da SES, Murilo do Carmo, as intensas chuvas nos primeiros dias de 2022 impulsionaram a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

“O estado registrou um aumento expressivo de chuvas esse ano, e quanto mais água nos criadouros, mais mosquitos vão aparecer”, explicou Murilo.

Ainda de acordo com ele, os números apontam um relaxamento nas ações de combate ao mosquito da dengue em função da Covid-19.

“Existem quatro tipos de dengue, mas Goiás possui dois tipos em circulação. Além disso, há também o problema com a própria população que não faz o dever de casa, que é cuidar do quintal. Infelizmente, mais de 90% dos criadouros são encontrados em imóveis residenciais”, ressaltou Murilo.

Campanhas de combate e capacitação

Apesar disso, estado e prefeituras atuam diariamente com as campanhas de combate à doença. Nesta terça, quarta e quinta (30 a 1º) a SES por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), promove um grande seminário para capacitar e atualizar os técnicos sobre a aplicação dos inseticidas usados no bloqueio de transmissão do Aedes aegypti.

O treinamento previsto para começar às 14 horas, é direcionado a cerca de 800 profissionais de todos os municípios do Estado e das 18 Regionais de Saúde, que atuam nas áreas de vigilância em saúde, controle de vetores e de endemias, especialmente nas atividades de campo, de bloqueio químico de transmissão, quando ocorre a notificação de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Os 800 participantes foram divididos em três grupos, cada um com cerca de 230 profissionais. O conteúdo teórico será ministrado na Escola Estadual de Saúde Pública Dr. Cândido Santiago e no auditório da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg).

Já a parte prática vai acontecer na Central de UBV da SES. Nesta exposição prática, será demonstrada a metodologia de aplicação dos insumos utilizando as bombas costais motorizadas e as Unidades Baixo Volume (UBVs) veiculares, conhecidas como fumacê.

Os técnicos vão receber orientações sobre o manejo dos equipamentos, calibração de vazão, dentre outros aspectos operacionais, buscando a qualificação desses trabalhadores para o alcance de melhores resultados das ações de controle de vetores.

Medidas prevenção à dengue:

· Verificar se a caixa d’água está bem tampada;
· Deixar as lixeiras bem tampadas;
· Colocar areia nos pratos de plantas;
· Recolher e acondicionar o lixo do quintal;
· Limpar as calhas;
· Cobrir piscinas;
· Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários;
· Limpar a bandeja externa da geladeira;
· Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação;
· Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado;
· Cobrir bem a cisterna;
· Cobrir bem todos os reservatórios de água.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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