No Brasil, número de eleitores com nomes sociais aumenta mais de 370%

Eleições em números: um balanço do pleito deste ano

Pela terceira eleição consecutiva, eleitores poderão utilizar o nome social na hora de votar. Neste ano, no Brasil, o crescimento chegou a mais de 370% em relação ao pleito de quatro anos atrás. Os estados com os maiores números dessa parcela são, respectivamente, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Ceará. O Acre apresenta a menor quantidade.

Nomes sociais nas eleições

Os nomes sociais são utilizados por pessoas transexuais, transgêneros ou travestis. Neste ano, 37.646 eleitores votarão com nomes sociais, sendo que, em 2018, foram 29.701. Esse aumento em relação ao espaço entre as duas Eleições quadriplicou, chegando a um crescimento de 373,83%. Na divisão por gênero, são 20.129 eleitoras e 17.517 eleitores.

Uma boa parte dos eleitores trans brasileiros (14,4%) possui entre 21 e 24 anos. É o caso de Gustavo Yohan, de Goiânia. Esta será a segunda vez que votará com o nome já retificado, mas, em sua primeira Eleição, utilizou o nome social. O jovem explica que, naquela ocasião, não foi uma experiência boa pois houve erro no sistema e ele precisou utilizar o nome social e de registro. Hoje, isso não acontece mais.

“Nos últimos anos, a gente tem visto pessoas trans fazendo uma movimentação política e social muito forte. Mais pessoas trans estão sabendo que isso é possível, estão indo atrás desses recursos e mudando seus documentos. Mas ainda é uma informação muito restrita a uma parcela minúscula da comunidade trans”, explica Gustavo.

Gustavo Yohan
Gustavo Yohan (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo ele, a “cara” dos eleitores brasileiros, em grande maioria, é um reflexo dos políticos. Por esse motivo, a comunidade trans está lutando diariamente para buscar espaço, começando pelo direito a usar nome social na hora de votar. Ainda que, de acordo com o jovem, toda pessoa trans que vai votar saiba que sofrerá algum tipo de violência no caminho, o esforço continua.

“A cada ano que passa, estamos vendo o número aumentar muito. Ainda assim, temos um número de votantes muito baixo. Para essas candidaturas serem eleitas, vamos precisar de pessoas trans, porque a gente vota na gente, isso fica nas nossas mãos. Precisamos ter o mesmo acesso ao voto garantido”, conclui.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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