Durante discurso do bicentenário, Bolsonaro ataca: ‘luta do bem contra o mal’

O bicentenário da Independência do Brasil, comemorado nesta quarta-feira, 7, não passou em branco para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que aproveitou a data para promover discurso durante eventos em Brasília. Segundo ele, a ‘vontade do povo’ se fará presente no primeiro turno das eleições, marcado para o próximo dia 2 de outubro. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não ficou para trás e também discursou.

Durante o diálogo, que durou aproximadamente 15 minutos, Bolsonaro voltou a falar sobre a suposta ‘luta do bem contra o mal’. O mandatário da República não teceu críticas às urnas eletrônicas nem ao Supremo Tribunal Federal (STF), embora tenha citado a Corte.

Após participar de desfile cívico-militar em comemoração ao Bicentenário da Independência, o chefe do Executivo federal marcou presença em ato político em frente ao Congresso Nacional.

“Hoje todos sabem quem é o Poder Executivo, todos sabem o que é a Câmara dos Deputados, todos sabem o que é o Senado Federal. E também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal. Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro das quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora dela”, disse.

‘Batalha pela nação’

Durante discurso, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, também reforçou a luta do ‘bem contra o mal’ e disse que a batalha pela nação é feita com justiça, verdade e amor. Ainda de acordo com ela, com esses três princípios, o ‘inimigo não vai vencer’.

“Estamos aqui lutando pelo bem maior, que é a nossa família e a nossa liberdade. Estamos aqui lutando por princípios e valores que Deus estabeleceu na te. Nós declaramos que esta nação pertence ao Senhor Jesus. Nós declaramos que esta nação é abençoada por Deus. O agro é abençoado por Deus. A família, ela é abençoada e é projeto de Deus. A vida desde a concepção é um projeto de Deus”, afirmou.

Bolsonaro no 7 de Setembro

Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vinha exaltando o 7 de Setembro – data em que o mandatário do país medirá forças frente à proximidade com as eleições. Ao longo das agendas de campanha, ele convocou apoiadores a comparecerem ao que chamou de “atos em defesa da liberdade”, em Brasília (DF) e em Copacabana (RJ).

O presidente chegou à Esplanada dos Ministérios por volta de 8h40, acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Após descer do comboio presidencial, no início da avenida, o chefe do Executivo subiu no Rolls-Royce, o carro oficial da Presidência da República, até o palanque.

Bolsonaro puxa coro “imbrochável”

Ainda durante a comemoração do bicentenário, Bolsonaro puxou o coro “imbrochável” após dizer que Michelle Bolsonaro é uma mulher ativa na vida dele e que muitas vezes ela não está ao lado e sim a frente dele. Ele completou o discurso dizendo para os solteiros casarem.

“E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de ser infelizes. Procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda”, disse Bolsonaro.

Logo na sequência, o presidente beijou a primeira-dama e, ao ouvir gritos dos que acompanhavam o discurso, puxou coro de “imbrochável, imbrochável, imbrochável”.

Sem citar nomes, mas deixando a entender que se tratava de Rosângela da Silva, esposa de Lula (PT), Bolsonaro sugeriu ainda a comparação entre as primeiras-damas. “Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas. Não há o que discutir”, afirmou Bolsonaro. (Vídeo ao final do texto)

Bicentenário de Bolsonaro

Bolsonaro desembarcou no Rio de Janeiro no começo da tarde desta quarta, após cumprir a programação na capital federal. Ele foi à cidade carioca para participar de uma motociata no bairro de Copacabana. Já às 15h, na orla da praia, ele deve fazer novo discurso, desta vez mais longo e com cunho mais eleitoral.

O mandatário tem sido orientado a não criar uma nova crise entre Poderes durante sua fala, como ocorreu no ano passado. No 7 de Setembro de 2021, o chefe do Executivo federal disse que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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