Apesar de queda dos combustíveis, alimentos ainda pesam no bolso dos goianos

Brasil tem inflação negativa de 0,08%, pela primeira vez em 2023

Comer todos os dias e adequadamente tem sido um desafio para muitos brasileiros, principalmente para os que dependem de um salário mínimo, atualmente de R$ 1.212. O custo da cesta básica de alimentos consumiu 58,54% da renda do trabalhador em agosto deste ano contra 55,93% referente ao mesmo período do ano passado, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Apesar do leve aumento do índice, o cidadão comum reclama que a elevação dos alimentos parece ter sido muito maior. A diarista Glany Nogueira diz que está assustada com a escalada dos itens básicos da alimentação. O peso no orçamento fez com que ela deixasse de fazer compras mensais e passasse a adquirir alimentos diariamente e em menor quantidade no supermercado próximo à residência. 

“No ano passado eu gastava R$ 500 em uma compra boa de comida do dia a dia mesmo. Hoje eu não consigo. Vou todos os dias ao mercado para comprar arroz, feijão, óleo, enfim, o que falta. Tudo subiu sem limite. Eu acabo fazendo substituições e deixando de comprar algumas besteiras que as crianças gostam. Vai ser difícil até dar presentes no dia delas, em 12 de outubro”, afirma ela, que tem seis filhos e um neto.

O pão tem se limitado a dez unidades no dia da promoção porque o quilo custa R$ 10. Na semana chega a R$ 15. O litro do leite, do óleo e o pacote do feijão são os mais difíceis de serem trocados por outros. No caso do primeiro, o preço saltou de R$ 3,50 para R$ 8, do segundo subiu de R$ 4 para R$ 8 e o último foi de R$ 5 para R$ 9, de acordo com ela. As carnes agora fazem parte do prato somente algumas vezes por semana, fazendo do ovo e da salsicha as estrelas na maioria dos outros dias.

A situação se contrapõe à deflação de -0,36% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – puxada pelas reduções no preço dos combustíveis –  já que a inflação apenas para os alimentos ficou bastante acima da acumulada para o período, em 9,6%. Na mesma linha de aumentos, o vestuário também foi impactado com alta de 17,44% no último ano apontada em agosto pelo IBGE. 

O montante é mais que o dobro da inflação do período, de 8,73%. Proprietário de uma loja na região da 44, considerada o segundo maior polo de moda do Brasil, Lucas Silva afirma que o setor tem sentido a diferença desde a pandemia. Segundo ele, o acréscimo no preço pago pelos clientes chega a 13%.

Um dos motivos é a demanda frente à redução de oferta. O empresário explica que um dos fornecedores da indústria têxtil alegou ter reduzido a produção malha de 700 toneladas para 400 toneladas por falta de matéria-prima. Além disso, os estoques estão sendo repostos com produtos comprados no início deste ano, ou seja, o valor pago já era muito alto.

“Temos reajustes mensais, mas sigo a mesma tabela de preço desde setembro do ano passado porque reduzi minha margem de lucro. No mês que vem vou ter que repassar para os cliente algo entre 10% e 12%. Alguns concorrentes não conseguiram ‘segurar’ e mudaram o preço já por três vezes nesse intervalo de tempo”, esclarece.

Os clientes nem sempre entendem a dinâmica do negócio e o cenário econômico e, por isso, costumam reclamar dos preços. Para fechar vendas, Lucas diz que mostra a tabela de preços que ele cumpre com os fornecedores e explica o porquê do encarecimento. Na maioria das vezes funciona, inclusive o saldo tem sido positivo, de acordo com ele que, tem duas marcas de roupas masculina e feminina com sete lojas em Goiânia e cinco no sul do Brasil. 

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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