O cortejo do ex-presidente Lula (PT) à ex-ministra do meio ambiente Marina Silva (Rede) foi aceito e os dois reataram o “namoro” político após 13 anos da desfiliação da ambientalista ao Partido dos Trabalhadores. As pazes foram oficializadas nesta segunda-feira, 12, durante uma coletiva de imprensa na qual ela, que concorre a deputada federal por São Paulo, declarou apoio ao presidenciável.
O discurso de ambos foi harmônico sobre o motivo da união, apesar de não ter sido citado diretamente: derrotar o presidente Bolsonaro nas urnas. Lula a convidou para “ganhar força”, mas teve de se comprometer a dar atenção à pauta ambiental. A dificuldade em emplacar a temática e a falta de espaço dentro do PT foram os motivos que levaram Marina a mudar de sigla em 2009.
À época, a situação foi resumida como a opção de substituir um embate interno na legenda por um em favor do desenvolvimento sustentável. No ano seguinte, ela entrou na corrida presidencial pelo PV enfrentando a apadrinhada do então líder partidário Lula, Dilma Rousseff, que venceu as eleições. Durante a campanha, a recém-adversária dos petistas foi duramente criticada na propaganda eleitoral.
“As pessoas estão vendo que a nossa democracia está fugindo pelos nossos dedos. A presença da Marina aqui com a gente é uma demonstração de que a democracia pode ser exercida mesmo quando exigem divergências”, postou Lula em seu perfil pessoal no Twitter sobre a bênção da colega.
Ele classificou o apoio político como um reencontro devido ao atual momento político. A oportunidade foi levada bastante a sério pela integrante da Rede, que entregou uma carta de intenções e projetos para um Brasil Sustentável. A inclusão do nome de Marina na lista dos anti-bolsonarismo pode significar mais votos de ambientalistas e de neopentecostais,.
A ex-ministra ratificou o fato de ser evangélica para defender o Estado laico e criticou disseminação de fake news contra Lula – uma delas seria de que ele fechará todas as igrejas do País, se eleito. Marina afirmou durante a coletiva de imprensa que apesar do estranhamento político, ela e o ex-presidente nunca deixaram de estar próximos.
“Nosso reencontro se dá diante de um quadro da história política, econômica, social e ambiental. Temos a ameaça das ameaças: ameaça à nossa democracia, com a corrosão do tecido social”, pontuou.