Entenda por que algumas pesquisas têm resultados tão diferentes 

Faltando menos de 20 dias para as eleições de outubro, somos ‘bombardeados’ diariamente com pesquisas eleitorais, que apresentam números, algumas vezes, completamente diferentes. Mas por que isso acontece? 

De acordo com especialistas, essa diferença entre uma pesquisa e outra acontece em função dos métodos utilizados por cada instituto, que vão desde abordagens presenciais, por telefone e até pela Internet, utilizando amostras e questionários diferentes.

Para se ter ideia da diferença nos resultados das pesquisas, na última sexta-feira, 9, por exemplo, o Serpes divulgou um cenário onde o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), candidato à reeleição, aparece com 53,9% das intenções de voto no primeiro turno, seguido por Gustavo Mendanha (Patriota), com 19,2%.

No mesmo dia, o Instituto Goiás Pesquisas também divulgou levantamento, que colocava Caiado na liderança pelo Palácio das Esmeraldas, com 40,1% dos votos no primeiro turno do pleito deste ano. De acordo com a pesquisa realizada entre os dias 5 e 8 de setembro, ele é seguido pelo ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que tem 22,1%. 

Ou seja, entre as duas pesquisas, há uma diferença de 13,8% nas intenções de voto relacionadas ao atual governador. Já em relação ao ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, a margem é menor, de 3,1%. 

Comparação 

Para o cientista político, Marcos Marino, não há como comparar uma pesquisa com a outra devido a alguns fatores como: a diferença de amostras, metodologias e principalmente do momento em que a pesquisa é realizada.

Ainda de acordo com o especialista, um intervalo de um ou dois dias pode gerar uma diferença grande entre uma pesquisa e outra, que pode ser acarretada pelo humor do eleitor ou alguma discrepância entre os candidatos.

“Cada instituto tem uma metodologia diferente. É natural você ter algumas diferenças, sendo quase impossível ter o mesmo resultado entre institutos diferentes. É preciso analisar a pesquisa feita periodicamente dentro do mesmo instituto, analisando a sua curvatura. Assim é possível ver a sua eficácia e a seriedade do instituto” explicou.  

Pesquisas 

Segundo o também cientista político, Pedro Pietrafesa, as pesquisas são realizadas por amostras simples, sistemáticas e por conglomerados (usado para realizar planos amostrais). Dentro destas amostras é possível explorar índices de intenção de voto, tendo em vista a variação de parâmetro que o levantamento pode alcançar. Pedro diz ainda que as pesquisas eleitorais levam em conta os eleitores a serem entrevistados, assim como as características demográficas do país, a idade, gênero e estratos de renda dos eleitores.

Depois de realizar o desenho amostral da região, a pessoa vai à campo com o formulário para ser preenchido. Depois de colher os dados é feita a tabulação do levantamento, e em seguida a estatística com a margem de erro. Por fim, resta apenas a divulgação da pesquisa.

“Por conta das amostras serem aleatórias, pode haver uma diferença numérica entre uma pesquisa e outra. O número de mulheres e homens que vão responder o questionário pode impactar. A estratificação de renda também pode impactar no resultado da pesquisa, assim como o viés de resposta do questionário”, concluiu.

Pedro Pietrafesa, cientista político. (Foto: Arquivo pessoal)

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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