Dumont afirma que fotos e vídeos de pornografia infantil seriam para preparação de novela da Globo

Ator José Dumont

José Dumont alegou durante depoimento que as fotos e os vídeos que contém pornografia infantil que foram encontradas com ele serviam como “estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabu ou filtros”. A afirmação foi feita durante o depoimento prestado à polícia na quinta-feira,15, segundo o jornal O Globo. 

O ator de 72 anos estava se referindo ao seu papel na novela Todas as Flores, que tem estreia prevista para o dia 17 de outubro. Na produção da Globo que é para o Globoplay, o ator iria interpretar um homem que abusa de crianças de rua, porém ele foi retirado da trama após a prisão.

Durante o depoimento, Dumont também afirmou que nunca fotografou ou filmou crianças e adolescentes em contexto pornográfico. No documento, ele declara que as fotos e vídeos teriam sido retirados da internet. Mas também negou que teria comprado ou vendido materiais do tipo. Além disso, ele completou que não participa de grupos virtuais para troca de pornografia infantil.

Dumont foi preso em flagrante nesta quinta-feira,15, pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCRJ). Ao final do dia, o delegado Marcello Braga Maia, que é o responsável pelas investigações sobre o caso, contou para o Na Telinha que o depoimento do ator “corroborou com as provas” que a polícia tinha. O delegado também ressaltou que o computador e o celular do ator seriam encaminhados para uma perícia minuciosa.

Outros Casos 

Mesmo que o ator tenha argumentado que as imagens seriam para “consultas e estudos”, Dumont conta com outras acusações parecidas em seu currículo. A coluna Na Mira revelou que ele também é acusado de abusar de um garoto de 10 anos.

As investigações mostraram que ele oferecia presentes à vítima com a finalidade de beijar ela na boca e acariciar as suas partes íntimas. Segundo as investigações, tudo teria sido filmado por câmeras de segurança e o material em vídeo teria dado origem à apuração.

O ator também tem acusações de pedofilia em um inquérito que corre na Paraíba. Como foi noticiado pelo Blog do Noblat, o caso teria ocorrido em 2009, mas o inquérito só foi aberto em 2013 e segue em aberto porque a justiça ainda não conseguiu ouvi-lo sobre o caso. 

Do mesmo jeito que os vizinhos denunciaram agora, em 2009, ao menos duas testemunhas que moravam perto do artista fizeram relatos de supostos abusos cometidos por ele contra criança. Nos depoimentos, são relatados que ele atraía os menores de 14 anos com chocolate, sorvete e dinheiro e que teria até praticado sexo anal com um menino.

Carta de Demissão

Após a prisão de Dumont, a Rede Globo retirou o ator do elenco de Todas as Flores. Em nota, a emissora afirmou que “nenhum comportamento abusivo e criminoso é tolerado pela empresa”. Confira a nota.

“O ator José Dumont estava contratado como obra certa especificamente para a novela Todas as Flores, a ser exibida no Globoplay. Diante dos fatos noticiados, a Globo tomou a decisão de retirá-lo da novela. A suspeição de pedofilia é grave. Nenhum comportamento abusivo e criminoso é tolerado pela empresa, ainda que ocorra na vida pessoal dos contratados e de terceiros que com ela tenham qualquer relação.” 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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