Em campanha presidencial, Lula e Bolsonaro concentram ações no Sudeste

Em campanha presidencial, Lula e Bolsonaro concentram ações no Nordeste

Líderes nas pesquisas presidenciais, Lula (PT) e Bolsonaro (PL) estão concentrando as campanhas eleitorais no Sudeste. A região possui quase metade do eleitorado brasileiro, principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os maiores colégios eleitorais do País.

Lula e Bolsonaro no Sudeste

O Sudeste reúne cerca de 43% do total de votantes do Brasil. Pensando nisso, Lula e Bolsonaro estão atentos quanto aos estados de tal região, sobretudo porque não há definição da situação.

De acordo com a pesquisa Datafolha da última quinta-feira, 15, em Lula tem 44% de intenções de voto no Rio, e Bolsonaro, 36%. Em São Paulo e em Minas, a situação é de 43% para Lula e 33% para Bolsonaro. No Espírito Santo, 42% a 39% a favor de Lula, configurando um empate técnico. Portanto, mesmo com ligeira vantagem petista, a situação ainda apresenta grande equilíbrio.

Desta forma, a campanha dos dois presidenciáveis se concentra no Sudeste. Em levantamento do Metrópoles, Lula já visitou São Paulo 15 vezes nesta campanha, enquanto Bolsonaro foi seis vezes ao estado. No Rio, o atual presidente marcou presença em cinco ocasiões, contra quatro do ex-presidente. Nenhum dos dois esteve em solo capixaba. Em Minas, porém, ambos foram duas vezes.

Vale ressaltar que, desde o processo de redemocratização do Brasil, o candidato à presidência que vence em Minas Gerais também ganha as Eleições. A última vez em que isso não aconteceu foi em 1950, quando Getúlio Vargas assumiu o posto, derrotando Cristiano Machado e Eduardo Gomes.

Visitas em outras regiões

Tradicionalmente, o Partido dos Trabalhadores tem um bom rendimento na Região Nordeste, que corresponde a 27% do eleitorado brasileiro. No 1º turno de 2014, por exemplo, Dilma Rousseff venceu em quase todos os estados, com exceção de Pernambuco, onde Marina Silva ganhou. Em 2018, Fernando Haddad só não triunfou no Ceará, onde venceu Ciro Gomes (PDT).

Com o apoio praticamente consolidado na região, Lula visitou o Nordeste somente duas vezes na campanha deste ano, ambas no Maranhão. Bolsonaro, por sua vez, esteve uma vez na Bahia e outra no Rio Grande do Norte. Segundo as pesquisas, o petista vence em todos os estados.

Somando as visitas dos dois candidatos, o Nordeste é a região com menos presença, ao lado do Norte. Lula foi duas vezes ao Pará e uma ao Amazonas, Bolsonaro esteve no Tocantins em uma oportunidade. Já no Centro-Oeste, os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram ignorados até o momento. Por outro lado, Bolsonaro fez campanha cinco vezes no Distrito Federal.

Por fim, no Sul, Bolsonaro fez duas visitas ao Paraná e duas ao Rio Grande do Sul, enquanto Lula esteve em apenas uma ocasião no território gaúcho.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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