Em Goiânia, postos de combustíveis autuados por aumento abusivo terão que retomar preços

Postos de combustíveis autuados por aumento abusivo em Goiânia terão que retomar preços aplicados antes do dia 12 de setembro, segundo o Procon Goiás. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira, 22, após a notificação de três estabelecimentos. De acordo com o órgão, os postos que descumprirem a medida poderão sofrer interdição parcial. A ação conta com o apoio da Delegacia do Consumidor (Decon).

Segundo o Procon, os estabelecimentos notificados nesta quinta, já haviam sido autuados nesta semana, após denúncias de consumidores. Agora, os empresários terão o prazo de 24 horas para voltar a praticar os preços anteriores à alta sobre os litros da gasolina comum e do etanol.

Conforme o superintendente do Procon Goiás, Levy Rafael Cornélio, a ação tem respaldo legal no Artigo 56 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que prevê penalidades administrativas em caso de infrações. Dentre elas, a interdição total ou parcial do estabelecimento em questão.

“Não tem qualquer justificativa para esse aumento do preço de combustível. Os postos já autuados serão devidamente notificados para que no prazo de 24 horas retomem os patamares de preços praticados antes do dia 12, sob pena de suspensão do fornecimento do produto e até mesmo a interdição das bombas desses postos. A partir de agora, vamos subir o tom”, ressalta Cornélio.

Os postos que descumprirem a medida poderão ser punidos com a interdição parcial das bombas. Além disso, poderão pagar multa de R$ 5 mil por dia.

A ação se assemelha à Medida Cautelar adotada pelo Procon Municipal de Florianópolis, em março deste ano, que suspendeu a comercialização de gasolina tipo C e tipo C aditivada de um posto da cidade. Isso ocorreu após o órgão constatar, durante fiscalização, que o estabelecimento estava comercializando o produto com reajuste, mesmo tendo comprado estoque com preço inferior.

Autuações em Goiânia

Nesta semana, os três postos autuados por aumento abusivo foram alvo de um pente fino dos fiscais do Procon Goiás, que analisaram notas de fiscais de compra e venda dos combustíveis e constataram uma sequência de queda nos valores nas últimas semanas, enquanto os estabelecimentos elevaram os preços de venda aos consumidores, sem qualquer justificativa.

O superintendente destaca que não houve, por parte da Petrobras, qualquer anúncio de reajuste que motivasse o aumento nas bombas, considerando ainda o contexto de redução do ICMS sobre os combustíveis e de outros impostos que incidem sobre esses produtos.

Esclarecimento

A respeito de notícias falsas que têm circulado nas redes sociais, o Procon Goiás esclarece que não foi responsável pela interdição do posto de combustível localizado entre a 5ª e a 9 Avenidas no Setor Vila Nova, em Goiânia. O estabelecimento foi fechado pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), órgão da Prefeitura de Goiânia, por não cumprir as condições necessárias para obter o licenciamento ambiental para a operação.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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