O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou na manhã desta sexta-feira, 23, a venda da Enel Distribuição Goiás para a Equatorial Energia S.A.. A empresa é uma holding brasileira que opera atualmente na distribuição de energia com 6 concessionárias, nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá.
Segundo Caiado, a negociação foi finalizada nesta madrugada, em um movimento da própria Enel para evitar o cancelamento do contrato, em razão descumprimento das metas de melhoria dos serviços estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No comunicado, o governador afirma que vai cobrar que a Equatorial cumpra o contrato. E que atenda a demanda da população goiana.
“Vamos, sem dúvida alguma, cobrar também para que a Equatorial cumpra com o contrato em Goiás, que invista e que realmente dê condições para o nosso Estado desenvolver a passos largos”, disse Caiado.
A saída da Enel já vinha sendo antecipada pelo governador, que acompanhava os bastidores. Recentemente, Caiado afirmou em entrevista que “o melhor caminho para a Enel é que desista de tentar lucrar com a operação de venda e transfira o controle”, reafirmando o movimento do governo para que Enel se retirasse do setor de energia no Estado.
Equatorial compra a Celg-D da Enel
A Equatorial está pagando R$ 1,6 bilhão pela Celg-D e assumindo a dívida de R$ 5,9 bilhões da distribuidora. Com a compra, a empresa tem um grande desafio, que é suprimir a demanda de energia do estado, que entre 2010 e 2020 cresceu substancialmente acima do Brasil em boa parte graças à força do agronegócio.
Esta é a sétima aquisição de uma distribuidora pela Equatorial. No entanto, a compra da Celg-D é a maior já feita pelo grupo em distribuição de energia – e tem um dos maiores retornos projetados da história da Equatorial.
Enel compra Celg-D em 2016
A Enel comprou a Celg Distribuição (Celg-D) em 2016 por R$ 2,2 bilhões, cabendo a Goiás cerca de R$ 1,1 bilhão ou R$ 800 milhões líquidos, porém deixando um passivo de R$ 12 bilhões ao Tesouro Estadual. Na época, ainda como Senador da República, Caiado acompanhou as negociações e desde então já se declarava contrário aos termos da operação, justificando tamanho prejuízo aos cofres do Estado de Goiás.
Ao assumir o governo de Goiás, Ronaldo Caiado exigiu que a Enel cumprisse com tudo aquilo que havia assinado no contrato, no momento da compra da Celg. No entanto, sem sucesso.
“Quando chegou agora, que eles viram que ia para a caducidade, rapidamente venderam a Enel para a Equatorial”, explicou o governador.
A Equatorial chega a Goiás com a missão de realizar os investimentos necessários para atender uma demanda reprimida por energia elétrica, depois de anos de subinvestimentos na operação. A aquisição da companhia em Goiás é uma das maiores feitas pela holding brasileira do setor e especialistas afirmam que tem um dos maiores retornos projetados para a Equatorial.
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