Obama e Bush criticam divisão na política dos EUA

Ex-presidentes criticaram Donald Trump sem mencionar o nome do republicano

Os dois ex-presidentes mais recentes dos Estados Unidos começaram uma campanha contra Donald Trump, atual chefe do Executivo. O republicano George W. Bush e o democrata Barack Obama criticaram o atual governo sem mencionar diretamente o nome de Trump. Ambos falaram contra a divisão na política americana e pediram a unificação do país.

Barack Obama rompeu o silêncio nessa quinta-feira (19) na Virginia, em um evento de campanha eleitoral democrata para Ralph Northam, que concorre pelo partido ao governo do estado. Sem mencionar diretamente o nome de Trump, Obama falou que o país está retrocedendo ao século passado e que, neste momento em que a política está tão dividida no país, é preciso recuperar o espírito de união.

Ele chamou os eleitores ao engajamento e trouxe de volta seu slogan da campanha presidencial em 2008: Yes, We Can Do, (sim, nós podemos). “Nós podemos fazer isso, podemos lutar pela democracia americana em seu melhor.”

Em uma crítica direta à campanha eleitoral de Trump, ao discurso anti-imigração, Obama disse: “Aqui está uma coisa eu sei: se você tem que ganhar uma campanha dividindo as pessoas, você não será capaz de governá-los, você não será capaz de uni-los mais tarde.”

Sem mencionar o presidente republicano Donald Trump pelo nome, Obama disse: “Em vez de nossa política refletir nossos valores, temos a política infectando nossas comunidades.”

No mesmo dia, em Nova York, em um evento em seu instituto, o ex-presidente George W. Bush também falou da preocupação com o momento da política americana.

Primeiro, fez uma autocrítica. Ele disse que a confiança nas instituições diminuiu nas últimas décadas, e que um descontentamento profundo da população com a economia acirrou conflitos partidários e tornou a política mais vulnerável a teorias conspiratórias.

Em seguida, também sem mencionar Trump, Bush falou da suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais.

“A América experimentou uma tentativa sustentada por uma potência hostil para alimentar e explorar as divisões do nosso país. De acordo com os nossos serviços de inteligência, o governo russo tem feito um projeto de transformar os americanos uns contra os outros. Esse esforço é amplo, sistêmico e furtivo. É realizado em toda a uma gama de plataformas de mídia social”, afirmou.

Para finalizar o discurso, Bush defendeu a pluralidade e falou contra o racismo. “Todas as raças, religiões e etnias podem ser plena e igualmente americanos. Isso significa que a intolerância ou a supremacia branca, de qualquer forma, é blasfêmia contra o credo americano.”

O presidente Donald Trump não comentou diretamente as afirmações dos dois ex-presidentes. Mas fez afirmações no Twitter de que notícias sobre a interferência russa eram falsas e que o FBI precisa investigar o suposto apoio recebido pelo instituto Bill Clinton da Rússia. “Rússia mandou milhões para o Instituto Clinton”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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