Análise: Tebet e Ciro se destacam e Padre Kelmon faz “aparição tosca”

debate presidencial Simone Tebet

O segundo debate presidencial das Eleições 2022, com transmissão do SBT na TV aberta, reuniu seis candidatos. Com a ausência de Lula (PT) e a estreia de Padre Kelmon (PTB), a conversa teve um tom diferente em relação ao primeiro debate, na Band. No entanto, Simone Tebet (MDB) voltou a se destacar positivamente.

Destaques para Tebet e Ciro

Para Pedro Araújo Pietrafesa, doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB), Simone Tebet foi o ponto alto do debate no SBT. Em sua visão, Ciro Gomes (PDT) teve um bom desempenho no último bloco do programa, mas como um todo a emedebista foi melhor.

“Acredito que ela está construindo, para as próximas Eleições, uma viabilidade para o seu nome em uma posição mais favorável em relação a esse ano”, avalia Pedro ao DE.

O cientista social acredita que Ciro, apesar do desempenho favorável na reta final, não conseguiu o objetivo de se postar como uma sólida opção de “nem Lula, nem Bolsonaro”. O debate deve ter efeito curto de votos para o candidato. Os eleitores de centro-esquerda estão perdendo a identificação com Ciro, na opinião de Pedro.

Lula x Bolsonaro

Lula não participou do debate, pois tinha outros compromissos na agenda. Jair Bolsonaro (PL) até tentou aproveitar essa ausência, mas não foi bem-sucedido.

“O Bolsonaro é sempre muito ruim de debate, e a sorte dele é que o Lula não estava. Assim, pôde fazer as acusações ao PT em uma dobradinha com o Padre Kelmon e com o próprio Ciro Gomes, sem receber uma resposta de Lula. No debate, o desempenho ficou abaixo, mas a campanha já esperava isso”, comenta Pedro Araújo.

O cientista social afirma também que, para Lula, foi bom não ter ido. Assim, ele pôde ver como seria a postura de Padre Kelmon, podendo se preparar com mais afinco para o debate da Globo. Como a audiência do SBT não foi tão grande, o impacto acabou sendo menor.

Por outro lado, a ausência de Lula pode custar caro quanto ao voto útil. O petista vem defendendo nas últimas semanas que eleitores da terceira via que não gostam do Bolsonaro votem nele para elegê-lo logo no primeiro turno. No entanto, a boa atuação de Simone Tebet e o desempenho de Ciro Gomes tendem a afetar essa estratégia.

Padre Kelmon, Soraya e d’Avila

Na situação oposta à de Tebet, Padre Kelmon teve o pior desempenho. “Fez uma aparição tosca, ruim. Pelo que a gente pôde observar no pós-debate, ele vai ter esse papel que o Roberto Jefferson já vinha fazendo durante o governo Bolsonaro, de ser um aliado do presidente e atacar os opositores”, diz Pedro Araújo.

Em relação a Soraya Thronicke (União Brasil), o debate do SBT foi importante para que ela conseguisse engajamento nas redes sociais. Além disso, a candidata foi capaz de se contrapor a Bolsonaro e demonstrar força em caso de animosidade. Porém, as intenções de voto não devem crescer muito.

Por fim, Luiz Felipe d’Avila (Novo) foi pior do que no debate da Band, sem se impor dentre os demais candidatos. Pedro Araújo crê que o Partido Novo não contará com d’Avila nas próximas Eleições, e pode já estar preparando o terreno para a escolha de Romeu Zema, atual governador de Minas Gerais, como postulante à presidência em 2026.

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Vilela assume a Prefeitura de Aparecida com apenas R$ 9 milhões em caixa e dívidas que totalizam R$ 300 milhões

Ao assumir a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o prefeito Leandro Vilela encontrou uma situação alarmante nas finanças municipais. O ex-prefeito Vilmar Mariano, aliado do candidato derrotado Professor Alcides, deixou um passivo acumulado de R$ 300 milhões e apenas R$ 9 milhões disponíveis.

Entre as dívidas, destaca-se a folha de pagamento de dezembro, que está em atraso. Para regularizar essa situação, a Prefeitura precisa de R$ 60 milhões.

O novo prefeito, que tomou posse em 1° de janeiro, garantiu que implementará uma economia significativa, com um contingenciamento de pelo menos 30% nas contratações e uma revisão de todos os contratos para evitar gastos desnecessários. Sua prioridade será honrar os compromissos da atual gestão.

“Estamos assumindo a Prefeitura com uma dívida extremamente alta e recursos limitados. Este é um dos maiores desafios que enfrentaremos, mas estamos determinados a realizar uma gestão responsável e transparente. Vamos revisar todos os contratos para economizar e evitar desperdícios”, declarou Leandro Vilela.

Um dos contratos que será cancelado é o dos totens de segurança, que geram altos custos para o orçamento municipal. “Os totens representam um gasto de quase R$ 1,5 milhão por mês. Com o caixa escasso, cada centavo economizado é crucial, pois redirecionaremos esses valores para atender as prioridades da cidade. Estamos revisando rigorosamente todas as despesas para garantir eficiência nos gastos”, enfatizou.

Quanto à folha de pagamento de dezembro, ainda não há previsão para a quitação devido ao déficit financeiro. “Infelizmente, com apenas R$ 9 milhões em caixa e uma dívida tão significativa, não é possível pagar imediatamente os salários atrasados. Nosso foco inicial será honrar os compromissos que vencerão em janeiro e, em seguida, as dívidas herdadas”, explicou o prefeito.

Sobre o transporte coletivo, Vilela reafirmou o compromisso de manter a tarifa congelada em R$ 4,30, apesar do impacto do subsídio nas finanças municipais.

“Estamos cientes de que o subsídio pesa sobre os orçamentos municipais, mas essa é uma prioridade para nós. Vamos manter o congelamento, pois entendemos a importância de aliviar o bolso do trabalhador”, garantiu.

Desde julho, o ex-prefeito Vilmar Mariano não efetua o pagamento do subsídio para o transporte coletivo.

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