O jogador da seleção brasileira Neymar, que declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), recorreu ao presidente para reclamar de uma dívida milionária com a Receita Federal. A situação ainda não foi resolvida e a pendência, de cerca de R$ 8 milhões, está sendo questionada pela Justiça.
A informação foi revelada pela jornalista do Estadão, Lorenna Rodrigues. De acordo com ela, o encontro aconteceu em abril de 2019 e teve a presença do empresário do atacante, pai dele, e Jair Bolsonaro. Ele foi recebido para ‘’prestar esclarecimentos’’ sobre o processo que tramitava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) contra o jogador.
Na época, Bolsonaro encaminhou o pai de Neymar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao então secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, por se tratar de um tema “de natureza técnica”.
O encontro ocorreu seis dias após o jogador apresentar ao conselho um recurso em que pedia a anulação de um processo que cobrava multa, mas isso não aconteceu. Apesar da insatisfação de Neymar, o próprio Carf já havia reduzido substancialmente o montante cobrado pela Receita Federal do atacante: R$ 188,8 milhões. A multa foi aplicada pelo Fisco em 2015 e, no mesmo ano, a Justiça chegou a bloquear bens do jogador.
Fotos do encontro entre o pai de Neymar no gabinete de Bolsonaro foram publicadas pelo presidente em suas redes sociais na época, com o título ‘’Neymar Pai’’.
Investigação
A investigação foi feita entre 2011 e 2013 sob a suspeita de omissão de rendimentos do trabalho, omissão de rendimentos através de fontes do exterior, omissão de rendimento pagos pelo clube de futebol espanhol Barcelona, falta de pagamentos do Imposto de Renda e outros.
O valor de R$ 188 milhões foi questionado por Neymar ao Carf. Em 2017, a Receita Federal julgou o caso e reduziu a multa para cerca de R$ 8 milhões, por entender que a maior parte das sanções não se aplicava.
Ainda assim, o jogador se mostrou insatisfeito com a decisão e apresentou um recurso especial e uma agravo contra a decisão dentro do Carg, que foram negados em 2019. O jogador recorreu então ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, onde o processo ainda aguarda julgamento.